O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Saturday, April 15, 2006

Crónica de uma Doença... Crónica

Leio um velho estudo de Mestre Maior: «Uma Fórmula de Optimismo Moderno», de José Pequito Rebelo, publicada no Nº1, F. I da Revista «INTEGRALISMO LUSITANO-Estvdos Portvgveses». O Autor identifica como causas da debilidade a que chegara o Ocidente o «excesso de mobilidade, que perturba a ordem, o excesso de materialidade, que deprime o espírito e o de sumptuaridade, que desnatura a economia». Atacando a velocidade e a diletância espacial por extorquirem a possibilidade de reflexão e enraizamento, o materialismo, por concorrer com o aperfeiçoamento moral e a concepção de propriedade assente em necessidades inventadas que desumanizam, por submeterem um Ser Livre à tirania da posse, sem atentar em função social da propriedade, garante, contudo, estar optimista, por divisar nas novas gerações uma reacção contra essa viciosa atmosfera.
O estudo é de 1932. Olhamos para hoje e que se vê? Que o padecimento diagnosticado à parte mais evidente da Sociedade, como agudo, se espalhou daí para cá e tornou crónico. Nunca se quis andar para tanto lado e tão depressa como agora. Nunca se desistiu de tanta coisa como hoje, para obter bens (ai que imerecida designação!), sejam estabilidade familiar, vida religiosa, ou pertença a uma povoação ou região. Descambámos no odioso trajecto entre a grande metrópole e os destinos turísticos impingidos pelas agências, dados como alternativa de sonho aos percorridos diariamente entre o centro e a periferia. E nunca as nossas opções foram tão desenfreadamente consumistas e ditadas pelos Media e por publicidades directas das mais agressivas. A vida a tender para agricultura, em que o Grande Doutrinador via a tábua de salvação é a que hoje recebe subsídios para inexistir.
Donde, voltamos à velha questão? Optimismo? Há-o decerto bom, no sentido em que o nosso Colega Zé Maria vem louvando, aquele que impeça a propagação das metástases do derrotismo. Mas há outro, o que, com a melhor das vontades, embora, alimente ilusões vãs sobre o Homem e sobre o sucesso que nele possa obter a doutrinação, sem longo e penoso trabalho de sapa. É contra esse que me insurjo.

4 Comments:

  • At 10:39 PM, Anonymous Anonymous said…

    Está de volta o Misantropo! Não percebi se enjaulado ou não mas a dar-nos a conhecer uma excelente revista: «Estudos Portugueses».
    É uma colecção difícil de encontrar e cujo preço já é alto. Tive a sorte de comprar por ser juntamente com a «Nação Portuguesa» a publicação integralista por excelência.

     
  • At 11:23 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro Nonas: aqui entre nós, que ninguém nos ouve, há outro "blogger" que tem a colecção completa: o Engenheiro. Psiiiiu! Não podemos contar! Eu, infelizmente, não tenho todos os números, quer duma quer doutra. Mas ainda conto apanhar os que faltam...
    Abraço.

     
  • At 11:39 PM, Anonymous Anonymous said…

    O Engenheiro anda a dar-nos música. Tomou-lhe o gosto e não pára. É um verdadeiro DJ!
    Não quer outra coisa nem outra vida!

     
  • At 9:06 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Ui! Caro Nonas, o Nosso Amigo, formado na oposição ao PREC, não o esqueçamos, leva mesmo a peito a máxima «o que faz falta é animar a malta!».
    Abraço.

     

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