O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Wednesday, March 22, 2006

Pobre Condição!

Para quem tivesse dúvidas, está comprovada a superioridade do cão, entre ouros mamíferos, sobre o Homem. Eles usam o olfato e assumem-no. Nós usamo-lo e ecobrimo-lo. O Professor austríaco Karl Grammer descobriu que os nossos antepassados remotos também se norteaval por cheiros que ainda permanecem em nós. São as feromonas, as quais, aparentemente, dão para tudo. Desde descobrir se o nosso interlocutor é feliz ou não, se tem medos, angústias e... receptividade sexual. Aqui o ilustre académico mostra, sem querer, como um cientista se pode afastar da realidade, ao dizer que «ao contrário de outros animais, as mulheres não têm sinais externos de estar receptivas...». Mas acredito-o no estrito objecto do seu estudo, que diz serem as emanações usadas para tal. Moral da história: os psicólogos podem reformar-se, é tudo físico. E eu tenho de pensar em constipar-me menos...
Um pormenor me angustia: diz o investigador que um homem que não tome banho durante vários dias pode ser repulsivo para muita gente, mas excitante para o seu par ideal. Huuuum, perigoso, perigosíssimo. Cheira-me - lá vamos nós - que isto vai funcionar como legitimação pela esperança...

9 Comments:

  • At 1:00 PM, Anonymous Anonymous said…

    Otro gran Bloguista de Internet (Alfredo Urdaci, de Micromega) curiosamente también aborda hoy el tema del olfato proverbial de los perros (en su caso hace mencion al Fox Terrier, aunque creo que tienen "mejores vientos" el pointer y el podengo portugues)

     
  • At 1:59 PM, Blogger JSM said…

    O metropolitano em hora de ponta?
    Afrodisíaco?
    E eu que prefiro andar a pé! O que eu tenho perdido!
    Toca de comprar o passe outra vez.
    Um abraço.

     
  • At 3:30 PM, Anonymous Anonymous said…

    Ah, então deve ser esssa a razão profunda para a aversão ao banho demonstrada por certos povos "civilizados"...Mas, aparentemente, a coisa não parece funcionar: as taxas de natalidade nesses países continuam muito por baixo...

     
  • At 5:51 PM, Blogger Pedro Botelho said…

    Julgo que a questão se põe nos seguintes termos: actualmente o olfacto humano não parece ser tão susceptível como outrora de registar concientemente as pequenas variações de feras monas, mas qualquer um que investigue os ingredientes incluídos nos perfumes comerciais se poderá aperceber de que, por baixo da sofisticação floral, espreita o inferno.

     
  • At 7:17 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Caro Amigo de Espanha: ambos sabemos como o nosso faro anda longe desses companheiros. Devia ser factor de humildade.

    Caro JSM:
    Nem me fale! Eu sou outro. Mas o meu ódio de estimação é aos autocarros, agravados em relação aos Metro, por mais lentos e balançantes, o que ajuda à queda e intercâmbio de odores. Então no Verão! E ainda me hão-de explicar a dose de previsão que levou à compra de veículos suecos para uma capital com clima tão assemelhado como a nossa Lisboa...

    Caro TSantos:
    Em França, por exemplo. Já neste blogue o JMTeles da Silva lembrava como a aristocracia francesa fazia gala em camuflar o fedor do corpo sob os perfumes mais refinados. Mas claro que isto deve ter sido contraproducente no que toca à problemática mencionada no texto. E vai daí, toca a empestar!

    Caro Pedro Botelho: Donde «ENFER», «DIABOLIQUE», «DEMON ROUGE», «PECHÉ», «TENTATION», etc. sejam nomes com tanto êxito na indústria da perfumaria. Mas sobre isso deixo a palavra a Um Nome que é autoridade na matéria...
    Abraços a Todos.

     
  • At 3:30 AM, Anonymous Anonymous said…

    Narizinho competente, o do Fox Terrier. Mas Pointer e Podengo Português são mais "especialistas". Talvez o melhor nariz de todos seja o do Santo-Humberto. O chamado Blood Hound. Olhos de sono, orelhas a arrastar pelo chão...e um faro a toda a prova.

     
  • At 8:34 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Caro Luís:
    Não te sabia tão especializado na pituitária desses amigalhaços. Fica, pois, o juízo sabedor.
    Ab.

     
  • At 6:16 PM, Anonymous Anonymous said…

    Donde «ENFER», «DIABOLIQUE», «DEMON ROUGE», «PECHÉ», «TENTATION», etc. sejam nomes com tanto êxito na indústria da perfumaria.

    É verdade, mas imagine-se o que seria se alguns dos ingredientes mais mefíticos -- ao que parece subconscientemente poderosos (e não só) -- que a indústria de perfumes mistura nos seus produtos, também contribuíssem para os seus nomes, hihihi...

    Nem ouso dar sugestões. Nos masculinos ainda costuma passar a designação "almíscar", mas se soubessem o que eles põem nos femininos, ao lado das flores...

    Investiguem, investiguem...

     
  • At 9:38 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Olá Menina Melusina:
    Há uma longa e macabra tradição na perfumaria europeia. No passado chegou-se a usar restos de crianças para cosméticos. Hoje imagino que não cheguemos a tanto, mas temo algo também pouco recomendável...
    Os melhores votos e... o conselho de não tentar o Patrão com tais odores.

     

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