PGR

Já de maior acerto, porque dentro da habitual elegância - salvo para com elementos da escolta policial - e inexpressividade, é a genérica declaração de preocupações sobre a escolha do futuro Procurador Geral da República. Também, era mais fácil. A selecção cabe ao Governo, cabendo ao PR apenas dar o "sim". E Ninguém vê o Prof. Cavaco a comprar litigâncias com o executivo, logo de entrada, pela questão do nome do Procurador, a menos que fosse o de alguém absolutamente completamente. A questão não está nem na inteligência, nem na competência técnica. Uma e outra foram mais do que reconhecidas, quer a Cunha Rodrigues, quer a Souto de Moura. A diferença foi que Um, de caso pensado ou não, pactuou com as resistências que adivinhava no Primeiro, Segundo e Quarto Poderes, enquanto que o Outro julgou ter força para levar casos difíceis avante. Por culpas próprias, traições dos dependentes da sua direcção e vergonhosas mobilizações dos políticos não o conseguiu. E isto para deleite e ocupação de uma Imprensa que se entretinha a ecoar as críticas ao absentismo do seu Predecessor, virando agora as agulhas para o "excesso de activismo" deste, pelo singular método da descredibilização das investigações, feitas desajeitadamente e demasiado na praça pública, conceda-se.

Quem acredite que o Ministro Costa (Alberto) será mais certeiro do que o Ministro Costa (António), dê um passo em frente. Eu fico onde estou. E se os políticos vierem a mostrar-se satisfeitos com os resultados da nomeação, esse poderá bem ser o inferno do nosso descontentamento.