Ofício de Escritor
Leitura, em curso, da auto-entrevista/memórias de Alfred Fabre-Luce, «J´AI VÉCU PLUSIEURS SIÈCLES». Bem interessante. Muitas razões tenho encontrado para alguém escrever e dar ao Público o que escreve. Melhor forma de se exprimir do que pela oralidade, ambição de glória, tentativa de fazer chegar os pontos de vista a audiência mais vasta, imodéstia que quer consagração que perdure, tentativa de combater a solidão, culto da dignidade da escrita... Pois uma das mais originais é dada pelo Autor citado. Antes de publicar, era um jovem Adido de Embaixada em Londres. Num jantar formal esteve a noite toda derretido, diante de uma Jovem Inglesa no auge da atracção. No dia seguinte o Embaixador, o grande Paul Cambon, repreendeu-o: «Ontem à noite no fogo da sua conversação com Mrs. Winston Churchill, Você, por um instante, voltou as costas ao Rei de Inglaterra.». E conclui: «Disse-me que o ofício de diplomata quebrava demasiado a espontaneidade e tornei-me escritor».
Explicação tão original como falaciosa. Não há actividade tão inimiga da espontaneidade como a escrita. Pelo menos a boa, que quer e requer elaboração!
Explicação tão original como falaciosa. Não há actividade tão inimiga da espontaneidade como a escrita. Pelo menos a boa, que quer e requer elaboração!
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