Motivos Falsos
Estava mesmo à espera disto. Na ressaca das presidenciais, os media tinham que inventar um debate aceso, para não perderem freguesia que uma frustrante acalmia poderia trazer. Só assim se explica a publicidade dada às duas jovens que pretendem casar uma com a outra. Tiro no pé, porém. A entrevista de ambas, embora, praticamente, só uma falasse, ontem, à TVI, parecia um sketch to «Gato Fedorento», com o pivot a aperceber-se, a cada resposta, da tendência da(s) entrevistada(s) afastar(em) simpatias. O cúmulo ocorreu aquando da tentativa de desajeitada vitimização, em que foi confessada a dificuldade em arranjar emprego, nas vagas a que uma delas se propunha, levando a outra, «de mão dada», às entrevistas. Ninguém lhes terá dito que, não tendo coisa alguma a ver com as preferências sexuais, arrastar carinhosamente a companheira a uma candidatura não é a melhor maneira de arranjar trabalho? Claro que estamos diante de mais uma manifestação da velha tendência de imitar o que se faz ao lado. O Sr. Zapatero que me perdoe, contudo, por muito que possa ignorar este facto, a culpa é, em grande parte, sua. O resto é de meios de comunicação facilitistas e preguiçosos que se voltam para o que pensam render mais, sem requerer grande esforço de investigação.
8 Comments:
At 3:08 PM, Anonymous said…
Zapatero "exportando gamberrismo" o "badarnericie (?)" a Portugal....?
At 3:15 PM, Paulo Cunha Porto said…
Nem me fale, Caro Amigo. E o pior é que alguns jornalistas vão logo atrás... ou... à frente, o que ainda é pior!
At 3:51 PM, Anonymous said…
La verdad, Paulo, que podian vuestros politicos coger mejores ejemplos que los zapateriles. Lo ultimo que deseo a Portugal es que imiten los estilos politicos de los espanoles.
Rafael Castela Santos
At 3:58 PM, Paulo Cunha Porto said…
Caríssimo Rafael:
Dos políticos, já se sabe que o actual governo come da mesma gamela. O que dói mais é a alegre inconsciência, admitindo que de perversidade se não trata, com que os "opinion makers" embarcam alegremente nas maléficas ondas.
Grande abraço.
At 4:06 PM, Zé Maria said…
Aterrei hoje aqui, neste espaço, por sugestão de um amigo. E do que, para já, vi, fica-me a vontade de por cá voltar a passar.
Já agora, aproveito para dizer que, de facto, temos a comunicação social que temos.
E, sem tabus da minha parte, nem recusa de direitos a ninguém, sempre direi que deveríamos todos pensar muito bem nas coisas.
Na verdade, estou de acordo consigo quando diz que não vale tudo. É que radicalismos, por vezes, estragam mais do que consertam.
Cá voltarei, seguramente.
At 5:34 PM, João Villalobos said…
Caro Paulo,
Remeto-te, a propósito deste assunto, para o último poste do Prazeres... ;)
At 5:34 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro ZMB:
Bem-Vindo, é-me muito agradável tê-Lo por cá. Amigo generoso, Esse, que conseguiu ver algum traço estimável, ou, no mínimo, visitável, em antro tão pobre. Incomoda-me que os nossos publicistas e, muito mais grave, os responsáveis pelas nossas redacções, se entretenham a criar, de não-factos, ordens do dia divisionistas da Comunidade. Essa foi a tarefa de propagandas revolucionárias, de Esquerda, como de Direita, que estavam no seu papel. Agora procurar nos sentimentos opostos dos nacionais o sensacional substituto de notícias que interessem parece-me escolha perigosíssima...
Por cá O espero, com todo o gosto.
At 5:57 PM, Paulo Cunha Porto said…
Caro João:
Já fui e já botei. Interessantes, deveras, ambos os textos.
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