Desfazendo Equívocos

Tempos houve em que os chocolates eram, com os livros e as flores, o único presente que uma Menina, ou Senhora, poderia aceitar livremente de um homem de bem com quem não estivesse comprometida. Talvez porque os livros se venham revelando difíceis, como comprova o "Caso Hayek", ontem aflorado, e as flores, perigosas, conforme atesta o exemplo do cidadão espanhol encarcerado por enviar um ramo à Mulher de quem se está a separar, continuam a ser os chocolates a prenda de agrado primordial.

Mas não é já exclusivo das amorosas ou amicais lides. Os produtores de uma filmagem com Eva Longoria deram-lhe uma caixa dos deliciosos docinhos para que ela desempenhasse uma conveniente cena de nudez em prática de Yoga, após se ter revelado muito nervosa nas primeiras e falhadas tentativas. A Própria confessou que a ingestão do adocicado produto tem o poder de melhorar a sua performance em cenas similares. Destrói-se assim o mito de que é o Yoga que acalma. Mas o misantropo está em condições de destruir uma nova crença, tão errónea como essa: não é qualquer chocolate que pode operar neste libertador sentido. Estes sim, porque da marca «GODIVA», o nome da medieval Lady que passeou nua a cavalo pela cidade de Coventry, para que o Marido, o conde de Leeds, não esmagasse com imposições os seus habitantes. Quer se queira, quer não, o Passado vem até nós.
Disse.