Os Idos de Março

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Estou bem ciente da resposta do adivinho a Júlio César, pouco antes do assassinato, quando por este inquirido sobre nada lhe ter acontecido nos Idos de Março, em que profetizara a sua desgraça: «os Idos de Março chegaram, César, mas ainda não se foram!». É pois com toda a precaução que me alegro de, até agora, não ter notado nenhuma hecatombe que sobressaia da pardice costumeira; mas sei que ainda falta hora e meia para o dia mudar, pelo que, embora vá para a cama ler, o céu pode sempre cair-me na cabeça. Pouco me importa que o número 13 dê azar por ser o que está para lá dos dedos das mãos e dos dois pés que serviam para contar; ou por ser o que se seguia ao que representava a vida no Antigo Egipto; como por simbolizar a Mulher nas sociedades patriarcais, ser o dos Convivas da Última Ceia, ou dever-se a culpa ao repasto de Loki. Também não me interessa que a Sexta-Feira seja dada por aziaga por nela se ter alegadamente dado a expulsão do Paraíso, ter sido o dia das execuções em Roma, ou ser o Momento da Paixão. O que me interessa é que passe depressa, pelo que vos desejo uma muito boa noite.