Guerra e Paz aos Quadradinhos
E não vos pretendo falar da banda desenhada, antes vos quero fatigar com alguma lembrança de particularidades que rodeiam o Xadrez. A começar pelas origens. Depois da localização da Atlântida e das teorias sobre como surgiu a linguagem, ou a identidade e naturalidade de Homero, deve ser dos temas que mais controvérsia tem levantado. A opinião dominante quer que tenha sido na Índia, mas só há notícias dessas jogatanas, por lá, a partir do Século VI. Da China fala-se delas mil anos antes, com a documentação devida, no «Chu Chi», desde logo. Todavia, os puristas insurgem-se, por integrar um rio e algumas das peças serem diferentes. Quanto ao segundo ponto não tem pés nem cabeça, já que também houve modificações posteriores ao modelo indiano. Basta dizer que o nosso Bispo era um elefante, sendo a parte superior uma representação das presas, que o Cristianismo Ibérico tomou por mitra episcopal, os franceses pela cobertura de um louco, os italianos por um porta-bandeira e os alemães por um correio, designações que ainda hoje lhes correspondem. Assim como a Rainha foi adaptação da sociedade ocidental, a única que tratou bem as Mulheres, e num sítio onde elas têm fama, a Itália do Século XV. A correspondente, os Países Orientais, era o "Conselheiro".
Mas a vaidade ocidental não podia deixar a esse duelo sino-hindu os créditos da descoberta. E uma versão há que defende, muito a sério, ter, durante o Cerco de Tróia, sido Palamedes a inventar o passatempo para distrair os seus compatriotas do ócio que os minava. Mais, um império com pergaminhos como o Persa não poderia deixar de reivindicar para si esa honra, atribuindo-a ao Rei Artaxerxes.
Mesmo no mundo indiano não é pacífica a versão do surgimento. Uns dizem que foi consequência da esperteza matemática de Sissa, dizendo ao Rei que, como recompensa quereria um grão na primeira casa, dois na segunda, quatro na terceira, oito na quarta, etc. e tal, até à 64ª, o que excederia a produção mundial. Outros querem que tenha sido o sábio Shahi a inventá-lo para o filho, de nome Shah, que daria no respectivo idioma "Shak"-Xadrez.
Mas com tanta belicosidade à volta dos cheques, foi essa recriação de uma batalha que esteve na base de um famoso pacifismo contemporâneo. Leon Tolstoi foi demitido do seu posto, quando jovem tenente na guerra da Crimeia, por ter abandonado o seu posto para ir disputar uma partida de xadrez, anteriormente combinada. Só que isso é parte da ironia em que a História é fértil.
Mas a vaidade ocidental não podia deixar a esse duelo sino-hindu os créditos da descoberta. E uma versão há que defende, muito a sério, ter, durante o Cerco de Tróia, sido Palamedes a inventar o passatempo para distrair os seus compatriotas do ócio que os minava. Mais, um império com pergaminhos como o Persa não poderia deixar de reivindicar para si esa honra, atribuindo-a ao Rei Artaxerxes.
Mesmo no mundo indiano não é pacífica a versão do surgimento. Uns dizem que foi consequência da esperteza matemática de Sissa, dizendo ao Rei que, como recompensa quereria um grão na primeira casa, dois na segunda, quatro na terceira, oito na quarta, etc. e tal, até à 64ª, o que excederia a produção mundial. Outros querem que tenha sido o sábio Shahi a inventá-lo para o filho, de nome Shah, que daria no respectivo idioma "Shak"-Xadrez.
Mas com tanta belicosidade à volta dos cheques, foi essa recriação de uma batalha que esteve na base de um famoso pacifismo contemporâneo. Leon Tolstoi foi demitido do seu posto, quando jovem tenente na guerra da Crimeia, por ter abandonado o seu posto para ir disputar uma partida de xadrez, anteriormente combinada. Só que isso é parte da ironia em que a História é fértil.
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