Maria Shakespeare
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Carta Aberta ao João Villalobos:
Meu Caro João:
Tenho já de confessar as minhas culpas. Comentei, o melhor que sabia e podia, um belo texto Teu, nos «Prazeres Minúsculos» e fui desmascarado pela nossa Amiga Maria. Diz ela que a popularidade que a tua escrita está a atingir entre o «Mulherio da INTERNET» vai despertando ciumeira minha. Venho confessar o meu crime e penitenciar-me publicamente. É verdade! «A ira me agita, a indignação me sufoca e a fúria me atormenta», como diria o Mouro de Veneza, na imagem protagonizado pelo enorme Orson Welles. Estás a ver o filme: eu, como Otelo, as Tuas Fãs, compreensivelmente, como Desdémona, Tu, nas vezes de Cássio e, claro, A NOSSA AMIGA MARIA, travestida, NO PAPEL DO VENENOSO IAGO. Mas é mais que certo, a pele ficou verde e estou completamente roído. E porquê? Porque me atrevi a não observar um mandamento tão imperativo como os outros Dez: "Nunca te atrevas a escrever algo que transborde da unanimidade poética e afectiva que as Leitoras querem ver num texto. Tivesse eu falado só no Sol e na fecundação que em Ti operou, estaríamos, provavelmente, perante um génio interpretativo. Falasse o pobre misantropo as primícias osculatórias
entre o Narrador e a Rapariga do texto, era uma comovedora chamada de atenção para o enternecimento do que se quer inesquecível. Como lembrei que eram três os protagonistas desses transes namoradeiros de abertura, passo a ser um monstro de despeito.
Peço-Te pois perdão e a todas as Leitoras, Caro Amigo. Como o grande general da Sereníssima, também este pobre comentador sabe que não pode, perante a vigilância de tais Guardas, ter um final feliz. Quando tudo o que pretendia era alimentar e alimentar-me (d)o Vosso e (d)o meu voyeurismes. Mas afinal eram ciúmes.
Sem hardfeelings, um abraço amigo.
P
Carta Aberta ao João Villalobos:
Meu Caro João:
Tenho já de confessar as minhas culpas. Comentei, o melhor que sabia e podia, um belo texto Teu, nos «Prazeres Minúsculos» e fui desmascarado pela nossa Amiga Maria. Diz ela que a popularidade que a tua escrita está a atingir entre o «Mulherio da INTERNET» vai despertando ciumeira minha. Venho confessar o meu crime e penitenciar-me publicamente. É verdade! «A ira me agita, a indignação me sufoca e a fúria me atormenta», como diria o Mouro de Veneza, na imagem protagonizado pelo enorme Orson Welles. Estás a ver o filme: eu, como Otelo, as Tuas Fãs, compreensivelmente, como Desdémona, Tu, nas vezes de Cássio e, claro, A NOSSA AMIGA MARIA, travestida, NO PAPEL DO VENENOSO IAGO. Mas é mais que certo, a pele ficou verde e estou completamente roído. E porquê? Porque me atrevi a não observar um mandamento tão imperativo como os outros Dez: "Nunca te atrevas a escrever algo que transborde da unanimidade poética e afectiva que as Leitoras querem ver num texto. Tivesse eu falado só no Sol e na fecundação que em Ti operou, estaríamos, provavelmente, perante um génio interpretativo. Falasse o pobre misantropo as primícias osculatórias
entre o Narrador e a Rapariga do texto, era uma comovedora chamada de atenção para o enternecimento do que se quer inesquecível. Como lembrei que eram três os protagonistas desses transes namoradeiros de abertura, passo a ser um monstro de despeito.
Peço-Te pois perdão e a todas as Leitoras, Caro Amigo. Como o grande general da Sereníssima, também este pobre comentador sabe que não pode, perante a vigilância de tais Guardas, ter um final feliz. Quando tudo o que pretendia era alimentar e alimentar-me (d)o Vosso e (d)o meu voyeurismes. Mas afinal eram ciúmes.
Sem hardfeelings, um abraço amigo.
P
6 Comments:
At 10:09 PM, Jansenista said…
Mais tribulações do Atrabiliário Apaixonado, o sempiterno Alceste...
At 10:29 PM, Paulo Cunha Porto said…
Oh Doppelganger do Koeningsberguiano:
Neste caso, Apaixonado por quem, salvo pela Verdade? Simplesmente Maria, Essa sim pelo Sol caída, tanto quanto pelo virtuosismo estilístico do J.V., não me perdoou a evocação co Seu Mais Que Tudo ao nível dos suores e doutras secreções.
At 12:46 AM, João Villalobos said…
Francamente, que exagero! Os teus comentários são e serão sempre bem vindos no Prazeres. E, aqui entre nós, «grávido de sol» foi uma imagem de algum mau gosto, como bem observou o meu camarada Luís Naves...
Não entendo a penitência, ainda para mais num dia em que me baldei a um almoço combinado.
1 abraço grande e abaixo o unanimismo!
At 8:24 AM, Paulo Cunha Porto said…
Caríssimo João:
Primo: a tua imagem do Sol era rica, colorida e quente. O resto dirás Tu...
Secondo: Só quis prestar homenagem à perspicácia da nossa Maria. Terei todo o gosto em continuar a comentar os «Prazeres...», embora esteja a equacionar, sempre que lá encontre comentários femininos, mudar da identidade misantrópica para "ciumento"...
At 7:01 PM, Maria Carvalhosa said…
Amigo Paulo,
Sinceramente, não me parece que uma bem-disposta brincadeira merecesse tão longo e inflamado discurso da tua parte! Bastou-me piscar o olho ao João, para desanuviar dos excessos (?)sentimentais que alguns dos seus textos provocam, (por parte do público feminino, pois é claro), para me ver transformada, por ti, no pérfido Iago.
Ai, Otelo!...
Brinquemos, pois, que o sol continua por aí (na gravidez de alguém, eventualmente!;) e não temos, nesta nossa terra, muito mais para glorificar.
Beijos.
At 7:19 PM, Paulo Cunha Porto said…
Querida Maria:
Hihihihi! Depois de ser chamado ciumento que querias?
Beijinhos.
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