Angústia para o Decalcar
O «DN» promove hoje a publicação de um pequeno dossier sobre
o copianço e o plágio. Atribui às zonas menos favorecidas a
maior predesposição dos alunos para essa precoce entrada no
mundo da fraude, o que contraria a minha experiência. Andei
por uma Universidade dita de elite e nunca me faltaram os
espectáculos do género. É coisa entranhada no português de
hoje. Talvez porque, como dizia Romeu de Melo, a nossa seja
uma cultura de liberdade e não de verdade, como a alemã, por
exemplo. E porque a liberdade, para aspirações rudimentares,
se encontra na aparência dela, quer dizer, nas possibilidades
que julgam poder retirar de um canudo, obtido seja por que meio
for.
Diz ainda o diário referido que a generalização do recurso
às cábulas, ou às provas dos colegas, estão ancorados na fraca
penalização, tal como o plágio, universitário ou outro. Como
tudo, diria eu, mas é bom que, pelo menos neste domínio se
reconheça as causas da triste realidade. Ainda recentemente
Vasco Pulido Valente dizia que este é um país em que toda a
gente copia e ninguém é incomodado por isso. Tinha toda a razão.
Mas não esqueçamos que estas palavras visavam desculpar uma
escritora supostamente caída em desgraça por um descoberto e
admitido episódio de plagiato. Um Frei Tomás em causa só
moderadamente própria!
o copianço e o plágio. Atribui às zonas menos favorecidas a
maior predesposição dos alunos para essa precoce entrada no
mundo da fraude, o que contraria a minha experiência. Andei
por uma Universidade dita de elite e nunca me faltaram os
espectáculos do género. É coisa entranhada no português de
hoje. Talvez porque, como dizia Romeu de Melo, a nossa seja
uma cultura de liberdade e não de verdade, como a alemã, por
exemplo. E porque a liberdade, para aspirações rudimentares,
se encontra na aparência dela, quer dizer, nas possibilidades
que julgam poder retirar de um canudo, obtido seja por que meio
for.
Diz ainda o diário referido que a generalização do recurso
às cábulas, ou às provas dos colegas, estão ancorados na fraca
penalização, tal como o plágio, universitário ou outro. Como
tudo, diria eu, mas é bom que, pelo menos neste domínio se
reconheça as causas da triste realidade. Ainda recentemente
Vasco Pulido Valente dizia que este é um país em que toda a
gente copia e ninguém é incomodado por isso. Tinha toda a razão.
Mas não esqueçamos que estas palavras visavam desculpar uma
escritora supostamente caída em desgraça por um descoberto e
admitido episódio de plagiato. Um Frei Tomás em causa só
moderadamente própria!
18 Comments:
At 11:46 AM, João Villalobos said…
Um tema muito interessante esse do plágio. E se o trouxessemos para a blogosfera, hem?!
At 12:21 PM, Flávio Santos said…
Um professor meu do 8º ano dizia: «eu não me importo que copiem desde que eu não dê por isso»...
At 4:53 PM, João Villalobos said…
Eu também tive um assim. Acho que, para eles, a batota de qualidade devia ser recompensada. E pelos visto, olhando em volta, até é.
At 6:43 PM, Paulo Cunha Porto said…
Na altura em que redigi o "post" não tinha ainda dado por ela, mas parece que também há problemas conexos, afligindo a nossa Colega do Semiramis.
É a atitude de muita da nossa sociedade, que não só de parte do professorado, infelizmente.
At 6:58 PM, zazie said…
ahahaha a uma mulher bonita tudo se desculpa ":O)))
O VPV também tem as suas fraquezas ehehe
grave considero o que existe no meu bairro: um centro dito de explicações onde se vendem trabalhos para secundário e até faculdade. Feitos por profs e vendidos pelos donos da "tasca".
E até já me contaram que há quem viva (e bem) disso.
Agora essa história que andou por aí na blogosfera e que já não é a primeira vez que aparece é uma grande treta.
Realmente deve ser gravíssimo plagiar banalidades ditas por outros e detectados por inúteis ":O)))
O Luís Rainha tem telhados de vidro e são bem ideológicos. Já o apanhei a adulterar um texto do Lamego (quando estava no Iraque) só para poder vender melhor a a ideia do "traidor". Na altura tinha o estaminé da sub-comandanta Paulina Bonaparte e ainda coloquei o original online.
Se fosse hoje em dia nem me dava ao trabalho. São tretas menores de clubismos caseiros.
Já agora meus caros, como se deve fazer na citação de uma fraude? coloca-se em rodapé e acrescenta-se que o plágio nem é original?
ahahahaha
At 7:13 PM, Paulo Cunha Porto said…
Querida Zazie:
Mas o caso grave que apontas é absolutamente impensável! Já me fazia confusão que pessoas ansiosas por jogar no totoloto pedissem chaves feitas, agora o que contas passa as marcas!
Concordo que isto da "net", ao pé de tal problema é ninharia desdenhável...
At 7:14 PM, Jansenista said…
O VPV tambem foi apanhado, em tempos, a publicar pela segunda vez uma sua cronica (no Independente, se a memoria me nao trai): ja sei que tecnicamente nao e plagio, mas anda paredes-meias. Quanto a plagiadora, ele certamente nao a defenderia porque ja o vi ataca-la ferozmente: depois de ter achado que o _Adeus, Princesa_ era um romance excepcional, observava uns anos volvidos, a rematar uns improperios que lancava a plagiadora: "o Adeus Princesa eu nao entendo; o resto entendo muito bem"...
Quanto ao tema em geral, peco excusa, quando vejo um grande ajuntamento de pessoas a dizerem mal do plagio pressinto que se vao dirigir a sacristia. Quem nunca pecou que atire a primeira pedra.
At 8:09 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Jansenista: a republicação de trabalho próprio não será plágio, mas é fraude, a menos que se receba apenas uma vez...
Lembra muito bem, essa do «entendo» do V.P.V.. Um Amigo ao pé do Qual sou um prodígio de confiança na Humanidade e fé no futuro, posto perante as discrepâncias desse Autor sobre o Tema, retorquiu-me: «pois, depende das expectativas (íntimas) que ele alimente na altura»...
O "parêntesis" é meu.
At 8:46 PM, zazie said…
eu estou com o Jansenista. E não estou com isto a legitimar plágios mas seria bem mais importante esclarecer o que são ideias próprias ou estudos e investigações do que é dizer-se meia dúzia de banalidades de forma diferente dos outros.
Mesmo em muitos trabalhos escolares muitas vezes penso que é bem merecido. Faz algum sentido pedirem-se todos os anos trabalhinhos de grupo sempre iguais que tanto dão pelo nome da "revolução Industrial" como "as descobertas"?!?
Pois então, descoberto já está o esquema e agora os profs que embrulhem.
Eu em miuda nunca fiz isso porque não havia trabalho de grupo mas lembro-me de desafiar por todos os meios a treta da tabela periódica, por exemplo ou o esquema da dentição do coelho ":O)))
Quanto aos ditos centros de explicação é mesmo verdade e não se admirem nada que encontrem por lá muito prof que pede os ditos trabalhos a dar uma "perninha" nas horas vagas... não se admirem não.
E quem diz nisso, diz em teses pela Aberta... ai pois diz... então em Ciências da Educação não vos digo nada. Até sei de uma tese que foi feita por manual do 12º ano ":O)))
At 8:52 PM, zazie said…
no caso da Smiramis estive para ir lá mandar-lhe uma boca. É que por acaso até dá um jeitão aquela história da secção de ouro já com o esquema do modolor feito e tudo. Será que se uam pessoa usar o post e indicar a fonte dizendo que é plágio não faz mal?
ahahahaha
é uma treta. Factos são factos, que diferença faz se as palavras são iguais ou diferentes?
quanto muito há uma certa prosápia que pode escorregar na casca de banana mas nada mais grave que isso.
Já adulterar um texto de uma pessoa para vender uma ideia que ela não teve me parece bem mais cretino.
Mas nisto, como em tudo, não há isenções- eu também não vou à bola com o Rainha e pronto ":OP
At 8:56 PM, zazie said…
óh... com o VPV é porque ela é bonita. Ele sempre gostou dela por ser bonita, não vale a pena procurar-se outra coisa. E é, apesar de também ter ideias de arrependimento ainda piores que o plágio. Aquela de enfiar a cabeça na sanita e sentir-se em cima foi coisa de circo Chen.
mais engraçado eram os descontos da palha dos cavalos da quinta em nome de despesas de viagem na Lusófona ":O)))))
At 8:57 PM, zazie said…
sentir-se não, sentar-se em cima. Não exageremos...
At 9:21 PM, Paulo Cunha Porto said…
Oh Zaz, explica melhor essa da acrobacia dos lavabos que estou a Leste...
At 10:00 PM, zazie said…
ehehe
a Clarinha depois do azar do artigo disse que estava tão arrependida que só lhe apetecia enfiar a cabeça na sanita e sentar-se em cima ":O)))
mas olha que a da palha ainda é mais engraçada...
e é verdade ":O)))
At 10:32 PM, Paulo Cunha Porto said…
Contaaaaaaaaaaaaa!
At 11:54 PM, zazie said…
eheheh
já contei. Lá na Lusófona preenchiam os valores gastos em ração cavalar dos equinos da quinta da Clarinha como despesas de viagem da própria para efeitos de IRS
ahahahahha
":O))))
At 6:58 AM, Paulo Cunha Porto said…
Ora bem, a compatriota do Koeman que deduziu no IRS o curso de bruxaria tem muito que aprender!
Beijocas. Esta fofoca foi uma delícia.
At 11:38 PM, Jansenista said…
Nas Financas ninguem estranhava, pois pensavam (muito legitimamente) que os fardos de palha eram para consumo da propria Universidade Lusofona...
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