Câmara de Gás
Gaseado pela contenda entre Russos e Ucranianos a propósito da
percentagem que a cada um cabe, como emanações contratuais
do uso do gasoduto, permaneceu o comentário político relativamente
alheado do que só agora toma consciência: estar em jogo a extensão
da NATO e o domínio norte-Americano sobre a Aliança. A Ucrânia
quer desesperadamente entrar, como já entraram os antigos satélites
de leste. A Rússia quereria tudo, até ser incluída no Pacto, desde que
este não pudesse ser visto como prevendo actuar contra si. Aos norte-
-americanos convém qualquer arranjo que impeça a grande Federação
euro-asiática de entrar, por, potencialmente, uma conjunção da
demografia e riquezas naturais daquele país, aliada à capacidade
económica de uma Europa recuperada serem a única ameaça possível
ao predomínio dos sobrinhos do Tio Sam.
Portanto, o que a Ucrânia tem a fazer é claro como a água: aproveitar
e até fomentar crises com o vizinho oriental, para invocar a necessidade
de integrar o mundo da OTAN e dele receber a respectiva protecção,
diplomática, pelo menos. O que não é tão simples é a atitude da única
Superpotência que resta, face à ex-República Soviética. Não a atender
pode fazê-la resvalar para a dependência do Kremlin. Integrá-la no
sistema defensivo, além das dificuldades conectadas com a
instabilidade, fará perder um estado-tampão e deslocar a fonteira do
sistema demasiado para Leste.
A origem do problema está em Washington querer aliados, sim, mas
que sejam vassalos; não que actuem verdadeiramente como parceiros.
À partida, por si só, o sistema não seria mau. Torna-se péssimo com
este tipo de suseranos...
percentagem que a cada um cabe, como emanações contratuais
do uso do gasoduto, permaneceu o comentário político relativamente
alheado do que só agora toma consciência: estar em jogo a extensão
da NATO e o domínio norte-Americano sobre a Aliança. A Ucrânia
quer desesperadamente entrar, como já entraram os antigos satélites
de leste. A Rússia quereria tudo, até ser incluída no Pacto, desde que
este não pudesse ser visto como prevendo actuar contra si. Aos norte-
-americanos convém qualquer arranjo que impeça a grande Federação
euro-asiática de entrar, por, potencialmente, uma conjunção da
demografia e riquezas naturais daquele país, aliada à capacidade
económica de uma Europa recuperada serem a única ameaça possível
ao predomínio dos sobrinhos do Tio Sam.
Portanto, o que a Ucrânia tem a fazer é claro como a água: aproveitar
e até fomentar crises com o vizinho oriental, para invocar a necessidade
de integrar o mundo da OTAN e dele receber a respectiva protecção,
diplomática, pelo menos. O que não é tão simples é a atitude da única
Superpotência que resta, face à ex-República Soviética. Não a atender
pode fazê-la resvalar para a dependência do Kremlin. Integrá-la no
sistema defensivo, além das dificuldades conectadas com a
instabilidade, fará perder um estado-tampão e deslocar a fonteira do
sistema demasiado para Leste.
A origem do problema está em Washington querer aliados, sim, mas
que sejam vassalos; não que actuem verdadeiramente como parceiros.
À partida, por si só, o sistema não seria mau. Torna-se péssimo com
este tipo de suseranos...
2 Comments:
At 12:59 PM, Anonymous said…
Comentário seu muito elucidativo. Cumpts.
At 6:39 PM, Paulo Cunha Porto said…
Muito obrigado, Caro Amigo. Tentei pôr a nu algumas das motivações que determinam comportamentos aparentemente menos orientados por factores permanentes.
Com todo o gosto retribuídos.
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