Bestialidade
Andam as polícias britânicas numa roda viva, há três semanas,
por não consequirem encontrar um bronze de 3,60m de comprido
por 2m de altura e peso de duas toneladas, esculpido por Henry
Moore, furtado da fundação homónima, em Perry Green. De valor
incalculável, já aventam as hipóteses mais estapafúrdias, como
a de os ladrões «pretenderem derreter o metal, para lucrarem
uns míseros 7500 euros». Evidentemente, a explicação fede a
desculpa para a vergonha que é não encontrar uma peça daquela
dimensão. Onde é que se conseguiria reunir a logística que
permitisse liquefazer aquela massa, sem que alguém desse por isso?
Os agentes da lei deram o nome de código «Soufflé» à operação,
por certo na esperança de amaciarem as dificuldades.
Mas ninguém se lembrou, até agora, de uma explicação que deslinda
todo o caso. Moore deixou, para serem reunidas no museu, esculturas
em número de 666, a cifra da Besta do Apocalipse. Cá para mim, é
ela que anda a fazer das suas. E contra esse adversário travam
as forças policiais um combate desigual...
por não consequirem encontrar um bronze de 3,60m de comprido
por 2m de altura e peso de duas toneladas, esculpido por Henry
Moore, furtado da fundação homónima, em Perry Green. De valor
incalculável, já aventam as hipóteses mais estapafúrdias, como
a de os ladrões «pretenderem derreter o metal, para lucrarem
uns míseros 7500 euros». Evidentemente, a explicação fede a
desculpa para a vergonha que é não encontrar uma peça daquela
dimensão. Onde é que se conseguiria reunir a logística que
permitisse liquefazer aquela massa, sem que alguém desse por isso?
Os agentes da lei deram o nome de código «Soufflé» à operação,
por certo na esperança de amaciarem as dificuldades.
Mas ninguém se lembrou, até agora, de uma explicação que deslinda
todo o caso. Moore deixou, para serem reunidas no museu, esculturas
em número de 666, a cifra da Besta do Apocalipse. Cá para mim, é
ela que anda a fazer das suas. E contra esse adversário travam
as forças policiais um combate desigual...
2 Comments:
At 11:31 PM, Je maintiendrai said…
À propos e bem à propos (e plenamente consciente que a culpa morreu solteira) vem a pergunta, portanto, retórica: que é feito da desaparecida e custosa tela do CCB que pôs histérico o MC? Seguiu pelo bueiro onde se sumiram as desvanecidas Joias da Coroa? Ou pior: que é feito das preciosas telas que só recentemente se deram como faltosas no espólio semeado em corredores e salões das Necessidades? Ou também se aplica à casa-mãe a regra de oiro seguida em matéria de derrames de património por essas embaixadas lusas pelo mundo derramadas - "regista e cala"?
Como o Henri Moore não passou pelo Largo do Rilvas, só se pode admitir que a falta caia numa das 666 bestas que por lá pairam à espera do apocalipse.
At 7:07 AM, Paulo Cunha Porto said…
Infelizmente, Caríssimo, no nosso País, é maleita recorrente. Veja-se o viçoso mercado de receptação de arte sacra furtada. Claro que objectos à guarda dos poderes públicos, como os que referiu, enfermam de uma agravante, no que ao respectivo olvido respeite. Mas nenhum pesa duas toneladas! Em todo o caso, a(s) Besta(s)pode(m) muito!
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