Que Reacção?

A decisão de um tribunal alemão de libertar, após 19 anos de
prisão, um terrorista do Hezbollah, condenado pelo desvio de
um avião da companhia norte-americana TWA e pelo assassínio
de um nacional deste País vem comprovar, como se fosse preciso,
que, apesar dos muitos defeitos que nós nos comprazemos em ir
apontando, os EUA, em aspectos fundamentais que não apenas o
dinheiro e o poder, levam-nos francamente a palma. Os States
pediam a extradição do indivíduo, para, presumivelmente, lhe
tratarem, judicialmente, da saúde, como era da mais elementar
justiça. Mas conformaram-se com a pena máxima alemã aplicada
pelos orgãos judiciais daquela nação, a prisão perpétua, dado
o inexplicável preconceito contra a pena de morte no Velho
Continente. Esta decisão é que não pode ser aceite, pois é a
subversão da penalidade imposta, o que dá a triste imagem de
uma complacência criminosa em face de culpa gravíssima, quando
não uma legitimidade à interpretação que veja atenuada a
avaliação negativa dela.
E depois admirem-se que o Presidente Bush esteja, de novo, a
trepar nas sondagens. Os seus compatriotas olham para a fraqueza
dos europeus e dizem: «Não queremos ser como aquela gente». E
o político texano já demonstrou, repetidamente, que é mestre
em mostrar-se como o contrário de nós... Ainda correremos o
risco de ver os Historiadores tecerem encómios ao "legado de
Bush II". Pintemos a cara de Preto.