Para Uma Psicologia da Rendição
Caro Leitor, tenho de confessar-me: comprei, há tempos, um livro
que não tenciono ler, pelo menos no exemplar que possuo. Venho
cansar-Vos joje com esta história, alertado pelo Miguel Castelo-
-Branco para a passagem de mais um aniversário da triste perda
da nossa Índia, às mãos "pacifistas" do governo de Nehru, cujos
herdeiros em Delhi, ainda hoje, contrariam tão inocentes provas
de afecto, em Goa, por exemplo, como a do regozijo por êxitos
desportivos portugueses. Mas vamos ao que interessa.
O Século XX deu-nos o pior e o melhor. O melhor, a epopeia da
guarnição do Alcazar de Toledo com a disposição de sacrifício do
combate até à última, culminada pelo drama familiar do então
Coronel Moscardó. O pior, a indignidade, que nem a combinação
de propagandas e ignorãncias consegue branquear, de o sucessor
dos Albuquerques e dos Castros desobedecer a ordens e entregar
uma presença de séculos na Índia, por não querer combater. Digam
o que disserem, nunca se poderá contornar a questão básica de
que quem estiver propenso a não cumprir ordens no sentido do
combate, poder estar vocacionado para muita coisa, mas não
para a função militar. Daí que Vassallo e Silva fosse muito mais
engenheiro do que general.
O que porém é incrível é que aquele homem se interessou pelo
exemplo da conduta mais oposta à sua. Possuo na minha biblioteca
um exemplar do livro «A LESTE TERRAS DE ESPANHA», de Armando
Paschoa, dedicado pelo Autor a Manuel António Vassallo e Silva.
E dentro dele encontrei um cartão que explica a oferta, por
abordar a heróica defesa de Toledo e o destinatário andar em
transes de recolha bibliográfica para dissertar sobre o tema.
Perguntar-se-á Quem lê: «mas então, um tão belo exemplo
não serviu de nada? O presenteado não se deixou tocar, um
bocadinho que fosse, por tão grande gesta, ao ponto de a sua
conduta ser a inversa?
Pois eu tenho a resposta: o livro tem as páginas por abrir. Por isso
digo que o não posso ler, neste exemplar. O facto de estar intacto é
um documento histórico.
que não tenciono ler, pelo menos no exemplar que possuo. Venho
cansar-Vos joje com esta história, alertado pelo Miguel Castelo-
-Branco para a passagem de mais um aniversário da triste perda
da nossa Índia, às mãos "pacifistas" do governo de Nehru, cujos
herdeiros em Delhi, ainda hoje, contrariam tão inocentes provas
de afecto, em Goa, por exemplo, como a do regozijo por êxitos
desportivos portugueses. Mas vamos ao que interessa.
O Século XX deu-nos o pior e o melhor. O melhor, a epopeia da
guarnição do Alcazar de Toledo com a disposição de sacrifício do
combate até à última, culminada pelo drama familiar do então
Coronel Moscardó. O pior, a indignidade, que nem a combinação
de propagandas e ignorãncias consegue branquear, de o sucessor
dos Albuquerques e dos Castros desobedecer a ordens e entregar
uma presença de séculos na Índia, por não querer combater. Digam
o que disserem, nunca se poderá contornar a questão básica de
que quem estiver propenso a não cumprir ordens no sentido do
combate, poder estar vocacionado para muita coisa, mas não
para a função militar. Daí que Vassallo e Silva fosse muito mais
engenheiro do que general.
O que porém é incrível é que aquele homem se interessou pelo
exemplo da conduta mais oposta à sua. Possuo na minha biblioteca
um exemplar do livro «A LESTE TERRAS DE ESPANHA», de Armando
Paschoa, dedicado pelo Autor a Manuel António Vassallo e Silva.
E dentro dele encontrei um cartão que explica a oferta, por
abordar a heróica defesa de Toledo e o destinatário andar em
transes de recolha bibliográfica para dissertar sobre o tema.
Perguntar-se-á Quem lê: «mas então, um tão belo exemplo
não serviu de nada? O presenteado não se deixou tocar, um
bocadinho que fosse, por tão grande gesta, ao ponto de a sua
conduta ser a inversa?
Pois eu tenho a resposta: o livro tem as páginas por abrir. Por isso
digo que o não posso ler, neste exemplar. O facto de estar intacto é
um documento histórico.
7 Comments:
At 7:05 PM, Anonymous said…
Dos libros de los que recomiendo su consulta y lectura al sr. Cunha Porto: en la Biblioteca del Seminario Conciliar de Braga, un libro de la autoría del ingeniero humanista Antonio Mora Pascual, dedicado al padre Molho de Favira, del que no recuerdo el título exacto, pero es referente al sentido de la vida. Sobre la misma temática, el libro en cuatro tomos "Valores Humanos", de Alejandro Ortega Gaisán, editado en Portugal por la Editorial Franciscana de Braga, y del cual se encuentra un ejemplar en la Biblioteca Juan Pablo II de la Universidad Católica de Lisboa, Palma de Cima. En relación al episodio de Goa cabe inferir que si Vasalo hubiera leido el libro,quizá hubiera tenido la idea de emular la epopeya del Alcázar de Toledo, que tiene su precedente en el episodio de Tarifa rodeada y Guzmán el Bueno lanzando el cuchillo a los sarracenos para que ejecuten a su hijo cautivo de la "malta" agarena. Si Zapatero hubiera leído la historia del conde don Julián y de don Oppas, quizá no hubiera hecho o no haría ciertas cosas terribles que está haciendo, para mal del Mundo Cristiano en general, y de España, en particular....
At 7:29 PM, Paulo Cunha Porto said…
Caríssimo Amigo:
Muito obrigado pelas recomendações de consulta, que seguirei.
Igualmente agradeço a nota sobre a "genealogia" da heroicidade de Moscardó.
E, claro, se os políticos que hoje mandam nos nossos Países tivessem uma verdadeira cultura, em lugar de alguma especialização que cegue ou da superficialidade das leituras de títulos e revistas de generalidades, a sua acção seria menos nociva. Se o fanatismo é o Pai da má governação, a mãe chama-se ignorância.
Um último favor: se não se importasse, gostaria que me tratasse por Paulo. A cimplicidade estabelecida num blogue convida a alguma informalidade.
Um abraço.
At 1:12 AM, Anonymous said…
Genial! Só Tu.
At 6:35 PM, Je maintiendrai said…
Oportuna revelação!
Já alguém se perguntou quem e porquê se nomeou o Eng. Vassalo?
Pobre homem! Pelo menos, na penosa galeria dos sobreviventes às rendições, safou-se à sina do visigodo Rei Rodrigo, que, se vera est fama, gritava da cova-ermitério onde se recolheu envergonhado na companhia desconfortável de uma horrenda cobra: "Já me come! Já me come por onde tanto gozei!"
At 7:06 AM, Anonymous said…
La leyenda de la cava florinda
At 7:07 AM, Anonymous said…
Culebra bastardo en la cueva ?
At 4:03 PM, Anonymous said…
Trad. de Jose Luis Mesquita
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