Optimista, ou Talvez Não

Uma evolução importante, para as presidenciais americanas
de 2008, ocorreu nos últimos dias: Mitt Romney, governador
Republicano do mais Democrata dos estados, o Massachussetts,
declarou que não procurará um segundo mandato. O mais
conhecido analista político dos EUA, Stuart Rothenberg, diz
ser a decisão mais do que compreensível: se vencido pela
forte candidatura do Attorney General local, partiria para
a corrida à Casa Branca como um perdedor. Se ganhasse e
deixasse a meio as responsabilidades de um eventual segundo
mandato poderia ser acusado de abandonar um Estado que está
bastante traumatizado com comportamentos semelhantes de
anteriores governadores, embora por razões diversas. Quanto
a mim, é uma falsa questão: ele não deve conseguir a nomeação
Republicana. Tem dinheiro a rodos e um currículo invejável.
Este mormon, o bilionário escolhido para pôr ordem e
honestidade na corrompida organização dos Jogos Olímpicos
de Inverno de Salt Lake City, filho de um pretérito governador
do Michigan, conseguiu o impossível: equilibrar o orçamento
estadual sem aumentar os impostos. Mas o estado natal dos
Kennedy é, possivelmente, aquele em que o liberalismo, no sentido
americano do termo, se estriba em hostilidade aos cortes na
despesa tanto como nas "questões morais". Pelo que não é sequer
seguro que conseguisse os votos eleitorais correspondentes numa
final presidencial. Acresce que o candidato é um tanto demagogo,
diz que é contra o aborto público, mas que não moverá um dedo
contra ele. Coisa que as bases conservadoras não perdoarão. O
que me faz pensar se ele não estará, mais realisticamente, a
fazer-se a uma vice-presidência...