DeBatidos
Ser bloguista impõe sacrifícios, mas ontem foi uma prova de
fogo. Não sei se já notaram que sou monárquico. E para não
deixar os meus Leitores no escuro quanto às opiniões que
tenha sobre debates presidenciais, lá me aprestei a ver
um espectáculo que me enoja: dois senhores com idade para
terem juízo a pedinchar, quais criancinhas escrevendo ao
Pai Natal, o voto dos Compatriotas para a Chefia do estado,
dessa maneira subvertida e reduzida a zero. Mas, enfim, era
pretexto para fazer um pouco de crítica televisiva, género
em que raramente incorro, por pouco privar com o pequeno
ecran.
Dizia-se que seria o único debate com interesse. Ainda estou
a pensar se hei-de fazer uma queixa à DECO, por publicidade
enganosa. Tentando salvar algum motivo de reflexão do mar de
vulgaridade que observei, sublinharei apenas a constatação de
continuar a influência francesa bem presente na vida pública
lusa. Manuel Alegre mergulhou resolutamente nas águas que lhe
permitam desfilar pela passerelle nas vestes de um Chevénement
à moda de Águeda.
Podia ser pior. Apesar de muitas e graves divergências,
reconheço de bom grado que quer Um, quer o Outro, são Alguém.
De resto, foi a estafada questão do voto do orçamento e da
horrenda vinculação partidária. E tanto o Poeta, como o
ocupante da outra cadeira, lá desabaram no uníssono rancor
contra o Prof. Cavaco, dizendo que eram contra ele as
respectivas guerras. Mas o melhor argumento que aduziram
contra o ausente foi de «não ser bom eleger para a Presidência
um homem que só percebe de economia». Tendo em mente as
características dos tempos que correm, desconfio de que
esta estocada, que julgaram ser de ouro, os vai brindar
com uma prenda muito pouco natalícia...
fogo. Não sei se já notaram que sou monárquico. E para não
deixar os meus Leitores no escuro quanto às opiniões que
tenha sobre debates presidenciais, lá me aprestei a ver
um espectáculo que me enoja: dois senhores com idade para
terem juízo a pedinchar, quais criancinhas escrevendo ao
Pai Natal, o voto dos Compatriotas para a Chefia do estado,
dessa maneira subvertida e reduzida a zero. Mas, enfim, era
pretexto para fazer um pouco de crítica televisiva, género
em que raramente incorro, por pouco privar com o pequeno
ecran.
Dizia-se que seria o único debate com interesse. Ainda estou
a pensar se hei-de fazer uma queixa à DECO, por publicidade
enganosa. Tentando salvar algum motivo de reflexão do mar de
vulgaridade que observei, sublinharei apenas a constatação de
continuar a influência francesa bem presente na vida pública
lusa. Manuel Alegre mergulhou resolutamente nas águas que lhe
permitam desfilar pela passerelle nas vestes de um Chevénement
à moda de Águeda.
Podia ser pior. Apesar de muitas e graves divergências,
reconheço de bom grado que quer Um, quer o Outro, são Alguém.
De resto, foi a estafada questão do voto do orçamento e da
horrenda vinculação partidária. E tanto o Poeta, como o
ocupante da outra cadeira, lá desabaram no uníssono rancor
contra o Prof. Cavaco, dizendo que eram contra ele as
respectivas guerras. Mas o melhor argumento que aduziram
contra o ausente foi de «não ser bom eleger para a Presidência
um homem que só percebe de economia». Tendo em mente as
características dos tempos que correm, desconfio de que
esta estocada, que julgaram ser de ouro, os vai brindar
com uma prenda muito pouco natalícia...
5 Comments:
At 10:07 AM, Jansenista said…
Ai houve um debate? Não vejo nada disso no Decline and Fall do Edward Gibbon, de que reli ontem algumas páginas...
At 10:25 AM, Paulo Cunha Porto said…
Ah, Amigo Meu, não sabe o que ganhou! O Velho Gibbon podia dar explicações não muito conformes à historiografia de hoje. Mas aquela prosa...
At 1:23 PM, Anonymous said…
Acertado post.
At 1:45 PM, Anonymous said…
Cervantes estuvo preso en Argel; Alegre....¿Alegre en Argel?
At 8:00 PM, Paulo Cunha Porto said…
1- Obrigado
2- Jogou às cartas com Che Guevara.
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