Pobre Putin!
Em pleno exercício da sua parcela de "direito à indignação", vem o
meu Irmão de Armas FG Santos, numa divergência rara, se forem
exceptuadas as façanhas dos Filhos de David, fazer um requisitório
contra o que escrevi, um pouco mais abaixo, «Sobre Putin».
Passemos à Réplica.
Meu Muito Caro Amigo, o primeiro argumento nem parece digno de
Ti. Posto perante a estranheza deTe não cativarem as reticências
dos Russos à acção Israelita, omparas a UE à Rússia e dizes não
defender qualquer delas. Tem lá comparação um polvo que esmaga a
autonomia política dos seus membros na cena internacional com uma
Nação que a afirma? Pensei que reprovasses à União Europeia o
cercear aos vários Países a faculdade que, justamente, Putin exerce
... a de pensar por cabeça própria.
Mas que invasão foi essa de que falas? Apesar de todas as autonomias,
as existentes e as reivindicadas, o território pertencia à Federação
Russa, ou não? Tratava-se pois de uma missão soberanista de
manutenção da ordem, contra os agitadores que, aqui e ali, iam
destruindo bens e uma ou outra vida de russos e lealistas Tchechenos.
Coisa parecida motivou que tivéssemos ido para Angola, «rapidamente
e em força». Por inépcia Yelstiniana a guerra foi perdida e, na famigerada
República da Ishkeria que o finado Mashkadov fundou e dirigiu, foi
instaurado um tal estado de terror que setecentas e tal mil pessoas
tiveram de abandonar a região...
Que contradição é que Vês em falar de turbulências antigas e no facto
de a maioria dos tchechenos não querer a independência? As eleições
que lá foram feitas, com observadores internacionais mortinhos por
as dizerem fraude generalizada, se para isso tivessem margem, deram
esse resultado. E para distúrbios não são precisas maiorias, bastam
uns milhares decididos.
Achas, a sério, que todos os mortos são de responsabilidade russa?
Nem uns quantos, para amostra, há que atribuir aos independentistas,
salvo imagino, os funcionários da Cruz Vermelha que eles assassinaram.
Mas, se calhar, também foi um golpe de Putin, «para se legitimar».
Quanto às relações russas com os anteriores estados de Leste, basta
ver como estavam quando ele chegou ao poder e como estão hoje. Mesmo
naqueles que do Vizinho mais justificadamente desconfiam, como a
Polónia, toda a gente fala em desanuviamento.
Os gloriosos opositores encarcerados: nem uma referenciazita às
ligações à criminalidade civil deles? Ou as mafias que prosperaram
depois da queda do Comunismo também são uma inventona?
Ainda sobre o Irão: parece-me, mas desmente-me se enganado estou,
que o «apoio» dado a Teerão se cingiu a não aceitar vigilâncias
exclusivas dos americanos, ou destes e de outros ocidentais,
como só a da Europa Unida.
É pura fantasia comparar o totalitarismo soviético, com invasão
das vidas não-políticas dos habitantes, com o que se vive hoje.
Pergunta a qualquer Russo, há muitos por aí. Eu conheço alguns.
Todos gostam do Presidente e só lamentam que haja tão pouco
dinheiro, o que os fez emigrar.
Expansionismo militarista? Mas para onde é que a Rússia se expandiu
militarmente durante o consulado de Putin? Tenho que prestar mais
atenção aos jornais.
O que eu não esperava, de todo, era ver-Te a defender a ditadura
da Imprensa e dos Partidos. Mas, neste mundo, tudo é possível.
O Presidente Russo vai tocando para a frente um País imenso, por
entre uma situação internacional conturbada e no meio de gravíssimos
e urgentes problemas sociais. Já tem inimigos perigosos que bastem,
na impiedosa oposição aos equilíbrios que vai conseguindo manter.
Não lhes juintes um outro Adversário, muito mais formidável,
chamado FG Santos. Contra Esse é que nada poderia.
Um abração.
meu Irmão de Armas FG Santos, numa divergência rara, se forem
exceptuadas as façanhas dos Filhos de David, fazer um requisitório
contra o que escrevi, um pouco mais abaixo, «Sobre Putin».
Passemos à Réplica.
Meu Muito Caro Amigo, o primeiro argumento nem parece digno de
Ti. Posto perante a estranheza deTe não cativarem as reticências
dos Russos à acção Israelita, omparas a UE à Rússia e dizes não
defender qualquer delas. Tem lá comparação um polvo que esmaga a
autonomia política dos seus membros na cena internacional com uma
Nação que a afirma? Pensei que reprovasses à União Europeia o
cercear aos vários Países a faculdade que, justamente, Putin exerce
... a de pensar por cabeça própria.
Mas que invasão foi essa de que falas? Apesar de todas as autonomias,
as existentes e as reivindicadas, o território pertencia à Federação
Russa, ou não? Tratava-se pois de uma missão soberanista de
manutenção da ordem, contra os agitadores que, aqui e ali, iam
destruindo bens e uma ou outra vida de russos e lealistas Tchechenos.
Coisa parecida motivou que tivéssemos ido para Angola, «rapidamente
e em força». Por inépcia Yelstiniana a guerra foi perdida e, na famigerada
República da Ishkeria que o finado Mashkadov fundou e dirigiu, foi
instaurado um tal estado de terror que setecentas e tal mil pessoas
tiveram de abandonar a região...
Que contradição é que Vês em falar de turbulências antigas e no facto
de a maioria dos tchechenos não querer a independência? As eleições
que lá foram feitas, com observadores internacionais mortinhos por
as dizerem fraude generalizada, se para isso tivessem margem, deram
esse resultado. E para distúrbios não são precisas maiorias, bastam
uns milhares decididos.
Achas, a sério, que todos os mortos são de responsabilidade russa?
Nem uns quantos, para amostra, há que atribuir aos independentistas,
salvo imagino, os funcionários da Cruz Vermelha que eles assassinaram.
Mas, se calhar, também foi um golpe de Putin, «para se legitimar».
Quanto às relações russas com os anteriores estados de Leste, basta
ver como estavam quando ele chegou ao poder e como estão hoje. Mesmo
naqueles que do Vizinho mais justificadamente desconfiam, como a
Polónia, toda a gente fala em desanuviamento.
Os gloriosos opositores encarcerados: nem uma referenciazita às
ligações à criminalidade civil deles? Ou as mafias que prosperaram
depois da queda do Comunismo também são uma inventona?
Ainda sobre o Irão: parece-me, mas desmente-me se enganado estou,
que o «apoio» dado a Teerão se cingiu a não aceitar vigilâncias
exclusivas dos americanos, ou destes e de outros ocidentais,
como só a da Europa Unida.
É pura fantasia comparar o totalitarismo soviético, com invasão
das vidas não-políticas dos habitantes, com o que se vive hoje.
Pergunta a qualquer Russo, há muitos por aí. Eu conheço alguns.
Todos gostam do Presidente e só lamentam que haja tão pouco
dinheiro, o que os fez emigrar.
Expansionismo militarista? Mas para onde é que a Rússia se expandiu
militarmente durante o consulado de Putin? Tenho que prestar mais
atenção aos jornais.
O que eu não esperava, de todo, era ver-Te a defender a ditadura
da Imprensa e dos Partidos. Mas, neste mundo, tudo é possível.
O Presidente Russo vai tocando para a frente um País imenso, por
entre uma situação internacional conturbada e no meio de gravíssimos
e urgentes problemas sociais. Já tem inimigos perigosos que bastem,
na impiedosa oposição aos equilíbrios que vai conseguindo manter.
Não lhes juintes um outro Adversário, muito mais formidável,
chamado FG Santos. Contra Esse é que nada poderia.
Um abração.
2 Comments:
At 10:03 AM, Flávio Santos said…
Bom, temos aqui matéria para discussão numa almoçarada, em torno de um bom tinto.
Mas aqui ficam algumas notas:
1) «Tem lá comparação um polvo que esmaga a autonomia política dos seus membros na cena internacional com uma Nação que a afirma?» Vai perguntar isso aos tártaros e a tantas outras nacionalidades que não tiveram a sorte de se tornarem independentes como outras catorze ex-companheiras de federação.
2) «o território pertencia à Federação Russa» - como a Ucrânia, a Moldávia, o Uzbequistão, etc.
3) «Coisa parecida motivou que tivéssemos ido para Angola, «rapidamente
e em força» - espero que não aches que o grau de aceitação da integração na Nação Portuguesa por parte dos africanos era semelhante ao dos chechenos na Federação Russa.
4) «Achas, a sério, que todos os mortos são de responsabilidade russa?» - Não disse isso em nenhum momento.
5) «Os gloriosos opositores encarcerados: nem uma referenciazita às
ligações à criminalidade civil deles?» - é provável que essas ligações existam mas não foi esse o motivo para a sua prisão.
6) «(…) parece-me, mas desmente-me se enganado estou,
que o «apoio» dado a Teerão se cingiu a não aceitar vigilâncias
exclusivas dos americanos, ou destes e de outros ocidentais» - esqueces-te da colaboração na área nuclear, um “point de détail”…
7) «O que eu não esperava, de todo, era ver-Te a defender a ditadura
da Imprensa e dos Partidos.» I’m appaled! No ambiente de repressão kgbista que reina na Rússia, já nem há vozes livres para se expressarem. Se chamas a esse papel fundamental “ditadura” é mau sinal. Serás um “lukashentista”? Defendes que só devem existir meios de comunicação ligados ao Estado? Que as notícias na TV devam ser censuradas de tudo o que possa constituir a mais leve crítica ao poder instalado?
8) E as denúncias da sra. Redlich (e de muitos outros observadores independentes) não te fazem pensar um pouco na perversidade de Putin?
9) Por último, para quem leu tanto sobre o Integralismo, não esperava que confundisses autoridade com autoritarismo. E a autoridade mais ou menos consentida pela população russa tem origem no MEDO, medo do terrorismo que Putin, como Bush, alimentou para melhor alicerçar o seu poder. Essa é a perversão máxima das duas grandes potências. Estamos bem servidos.
Forte abraço.
At 10:44 AM, Paulo Cunha Porto said…
O repasto e o Tintol são são sugestões de ouro! Vamos a eles!
Entretanto:
os Países que referes não faziam parte da Federação Russa, eram, sim, membros da URSS.
Já Te disse como a maior parte da população, entre Russos e Tchechenos, é favorável ao actual estado de coisas.
Não foi esse o motivo? Que Tu queiras reconhecer, pois foi esse, juntamente com infracções económicas e fiscais, que foi aduzido.
O fornecimento do apoio nuclear é realmente um ponto, mas creio que o material veio da Ucrânia.
Sobre os meios de comunicação:
Agora sou eu que grito: nunca disse isso. Lukashenko está noutro País. A Rússia não tem nada a ver com um estado que nem o livre acesso à Internet permite e, apesar de a luta política nem sempre ter sido limpa por parte do governo, como o não foi pela oposição, ainda há muitos jornais discordantes. Não confundo autoridade e autoritarismo, mas também nunca afirmei que Putin fosse um realizador prático do Integralismo. É o governo possível, na Rússia de hoje. Que é melhor do que o desgoverno que se arvora em alternativa.
Outro. E toca a marcar.
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