Leitura Matinal -180
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Escrevia há tempos o Rafael sobre a noção de Serviço que, numa acepção contrária à do maquiavelismo e derivados, havia orientado a acção dos Reis Católicos. Duplo serviço, digo eu. Serviço da Comunidade e Serviço de Deus. Um grande Rei nosso passou à escrita a prece imperecível que visava não incorrer no afastamento de tão magno Rumo, pedindo ao Senhor, Supremo Soberano, que, protegendo-o das tentações do Seu inimigo, o protegesse igualmente dos seus inimigos cá por baixo, tão forte era o intento de fusão com as Ordens de Deus. Exacto contrário das concepções dominantes de hoje, em que uma governação cristã que exceda uma vaga inspiração de princípios é tida por inaceitável e atentatória das igualdades de cultos.
Ouçamos o Rei D. Duarte:
ORAÇÃO DO JUSTO JUIZ JESUS CRISTO
Justo Juiz Jesu Cristo,
Rei dos Reis e bom Senhor,
Que co´o Padre reinas sempre,
U é de ambos um amor,
Praza-te de me ouvir,
Pois me sento pecador.
Tu que do Céu descendiste
En no ventre virginal,
U, tomando logo carne,
Livraste o segre de mal,
Per Teu sangue precioso,
de perdição eternal.
Rogo eu aquela, meu Deus,
Ta gloriosa Paixão
Que sem cessar me defenda
De perigo e cajão
Per que possa bem viver,
Ti servindo, e outrem não.
Tua mui santa virtude,
De si gram defendimento,
Sempre me seja presente,
Por me guardar de tormento
A que me traz o imigo
Per arteiro enduzimento.
Per Tua forte destra,
Que os infernos quebraste,
Destrui todos meus imigos,
Pois sas artes desprezaste,
Per as quais me sempre torvam
Do bem que fazer mandaste.
Ouve, Cristo, mim bradando,
Mesquinho por meu pecado,
Que demando piedade
Pois passei o Teu mandado;
Ca me temo do Imigo
De mim ser apoderado.
Com destruição se cale
Quem cuida condanar
Seja a ele feita quéda
O laço que quer armar.
Jesu, bom e piedoso,
Não me queiras desprezar!
Meu escudo com emparo
Sê Tu, meu defendedor,
Por que eu, per Tua graça,
vença meu perseguidor,
E per seu derribamento,
Me alegre com Teu Amor.
Manda o Teu mensageiro
Do Céu, alto Spírito Santo,
Que esclareça e alumeie
Mim, que não mereço tanto;
E dos imigos me livre,
Por não receber quebranto.
Santa Cruz, o teu sinal
Me defenda os sentidos;
Ta bandeira vencedor
Faça ser sempre abatidos
Meus imigos e contrairos,
Per Ta graça destruídos,
Amercea-Te de mim,
Cristo Deus, um só nacido;
Pero eu mais bem Te peço
Que não tenho merecido;
Sê sempre de mim lembrado
Por em fim não ser perdido.
Ó Deus Padre, e Deus Filho,
Tambem Deus Santo Esprito,
Que um Deus sempre és chamado
Per palavra e per escrito,
Comprimento de virtudes
Te confesso per meu dito.
Escrevia há tempos o Rafael sobre a noção de Serviço que, numa acepção contrária à do maquiavelismo e derivados, havia orientado a acção dos Reis Católicos. Duplo serviço, digo eu. Serviço da Comunidade e Serviço de Deus. Um grande Rei nosso passou à escrita a prece imperecível que visava não incorrer no afastamento de tão magno Rumo, pedindo ao Senhor, Supremo Soberano, que, protegendo-o das tentações do Seu inimigo, o protegesse igualmente dos seus inimigos cá por baixo, tão forte era o intento de fusão com as Ordens de Deus. Exacto contrário das concepções dominantes de hoje, em que uma governação cristã que exceda uma vaga inspiração de princípios é tida por inaceitável e atentatória das igualdades de cultos.
Ouçamos o Rei D. Duarte:
ORAÇÃO DO JUSTO JUIZ JESUS CRISTO
Justo Juiz Jesu Cristo,
Rei dos Reis e bom Senhor,
Que co´o Padre reinas sempre,
U é de ambos um amor,
Praza-te de me ouvir,
Pois me sento pecador.
Tu que do Céu descendiste
En no ventre virginal,
U, tomando logo carne,
Livraste o segre de mal,
Per Teu sangue precioso,
de perdição eternal.
Rogo eu aquela, meu Deus,
Ta gloriosa Paixão
Que sem cessar me defenda
De perigo e cajão
Per que possa bem viver,
Ti servindo, e outrem não.
Tua mui santa virtude,
De si gram defendimento,
Sempre me seja presente,
Por me guardar de tormento
A que me traz o imigo
Per arteiro enduzimento.
Per Tua forte destra,
Que os infernos quebraste,
Destrui todos meus imigos,
Pois sas artes desprezaste,
Per as quais me sempre torvam
Do bem que fazer mandaste.
Ouve, Cristo, mim bradando,
Mesquinho por meu pecado,
Que demando piedade
Pois passei o Teu mandado;
Ca me temo do Imigo
De mim ser apoderado.
Com destruição se cale
Quem cuida condanar
Seja a ele feita quéda
O laço que quer armar.
Jesu, bom e piedoso,
Não me queiras desprezar!
Meu escudo com emparo
Sê Tu, meu defendedor,
Por que eu, per Tua graça,
vença meu perseguidor,
E per seu derribamento,
Me alegre com Teu Amor.
Manda o Teu mensageiro
Do Céu, alto Spírito Santo,
Que esclareça e alumeie
Mim, que não mereço tanto;
E dos imigos me livre,
Por não receber quebranto.
Santa Cruz, o teu sinal
Me defenda os sentidos;
Ta bandeira vencedor
Faça ser sempre abatidos
Meus imigos e contrairos,
Per Ta graça destruídos,
Amercea-Te de mim,
Cristo Deus, um só nacido;
Pero eu mais bem Te peço
Que não tenho merecido;
Sê sempre de mim lembrado
Por em fim não ser perdido.
Ó Deus Padre, e Deus Filho,
Tambem Deus Santo Esprito,
Que um Deus sempre és chamado
Per palavra e per escrito,
Comprimento de virtudes
Te confesso per meu dito.
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