Money, Money, Money
O Presidente da Comissão Europeia, José Barroso anunciou
que a eurocracia de Bruxelas se acha na disposição de ceder
50 milhões de euros à França, para atacar os problemas sociais
que estão na base dos desacatos que se arrastam há mais de
uma semana. Muito cidadão gaulês poderá entender que a
aplicação do contributo só deverá ser canalizada para dotar
a polícia de intervenção com meios mais eficazes. E se a
generosidade dos comissários se estender aos países que se
apressaram, em escala reduzida, é certo, a seguir o notável
exemplo cisalpino, a inventividade portuguesa não deixará
os seus créditos por mãos alheias e, estou seguro, arranjará
à pressa uns confrontos que lhe possam trazer uns cobres...
Mas se tudo isto existe e é triste, poderia não ser fado. Os
dirigentes da Europa que finge existir pensam o que pensaram
os EUA em vários pontos do globo, antes de serem desenganados.
A saber, que os insurrectos aplacarão a sua revolta se inundados
de dinheiro e benesses. É exactamente o contrário, eles movem-
-se por se não reconhecerem nos países em que estão. E contra
isso os cifrões podem, uma vez mais, de nada valer. Nem todos
se guiam por uma mentalidade semelhante à da de muitos
portugueses de hoje.
que a eurocracia de Bruxelas se acha na disposição de ceder
50 milhões de euros à França, para atacar os problemas sociais
que estão na base dos desacatos que se arrastam há mais de
uma semana. Muito cidadão gaulês poderá entender que a
aplicação do contributo só deverá ser canalizada para dotar
a polícia de intervenção com meios mais eficazes. E se a
generosidade dos comissários se estender aos países que se
apressaram, em escala reduzida, é certo, a seguir o notável
exemplo cisalpino, a inventividade portuguesa não deixará
os seus créditos por mãos alheias e, estou seguro, arranjará
à pressa uns confrontos que lhe possam trazer uns cobres...
Mas se tudo isto existe e é triste, poderia não ser fado. Os
dirigentes da Europa que finge existir pensam o que pensaram
os EUA em vários pontos do globo, antes de serem desenganados.
A saber, que os insurrectos aplacarão a sua revolta se inundados
de dinheiro e benesses. É exactamente o contrário, eles movem-
-se por se não reconhecerem nos países em que estão. E contra
isso os cifrões podem, uma vez mais, de nada valer. Nem todos
se guiam por uma mentalidade semelhante à da de muitos
portugueses de hoje.
posted by Paulo Cunha Porto @ 8:57 PM
2 Comments:
At 10:46 PM,
Sandokan said…
Caro Misantropo:
Hoje assisti a uma aula de Introdução à Comunicação por livre vontade, e do princípio ao fim da aula houve um debate sobre o que se passa nestes dias em França. É incrível ver como as pessoas no geral se inflamam por uma e outra parte, tomando o problema como deles... até o Professor, que se exaltou com a conversa por não concordar com o rumo de opinião que ela tomava! "Essa escumalha", diz Sarkozy, não são os argelinos ou outros africanos, como todos interpretaram naquela aula, condenando-o. São os criminosos, a quem ele se refiria, mas ninguém olha a isso, pois o que interessa é o pretexto para tomarem os extremos do problema!
Um abraço deste atento leitor
AVC
At 8:14 AM,
Paulo Cunha Porto said…
Meu caro Sandokan:
As mentes doentes que governam a sociedade e a informação em que vivemos procedem assim: Partem do preconceito de que os que conhecem menos são incapazes da culpa e os seus actos concretos sempre motivados por abstractas condições que lhes seriam impostas ou sonegadas por aqueles em cuja proximidade se movem os autores de tais juízos. Daí ao segundo passo é como riscar um fósforo: arranja-se realmente uma culpa que se projecta nos que reprimem a infracção. Não percebem, pobres deles, que o fogo já estava ateado.
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