A Estrela do Shariff

Lendo a notícia de que num site usado pela Al-Qaeda
apareceram ameaças ao actor egípcio Omar Shariff, por
ter interpretado a personagem de São Pedro, o que dizem
ser uma adesão à «ideologia das cruzadas», apetece-me
dizer o seguinte:
- Nunca tendo achado o homem grande actor, tenho por ele
a vaga simpatia por quem jogou bridge com o meu Pai, certa
vez que veio ao Casino Estoril exibir uma condição, em que,
ao que consta, é bem melhor.
- Os fundamentalistas islâmicos, já se sabe, são incapazes
de separar uma actuação de uma concordância. Por esse andar,
os americanos teriam tido que enforcar todos os actores que
interpretaram Hitler na tela; mas podiam ter aprendido um
mínimo de história: o Grande Santo viveu uns onze séculos
antes da Primeira Cruzada.
- Atentando em que a mania da perseguição àquela estrela
cinematográfica não é novidade e que lhe tentaram proibir
os filmes, por ter, num deles, beijado a Actriz judia Barbra
Streisand, achando que essa provação não era já castigo
suficiente, quero formular o voto de que o bom do Omar saia
por cima, com tanta sorte como dessa vez.