Brandos Costumes
Não gosto das juventudes partidárias. Melhor, gosto ainda
menos delas do que dos partidos de que pretendem ser o
ramo mais verde. Se em ser jovem há alguma dignidade ela
é incompatível com a ideia de se organizar como tal. Os seus
dirigentes, quando prestam declarações ou discursam para
os restantes filiados, sempre me pareceram indistinguíveis
daqueles miúdos que uma ideia ridícula da corrente pepineira
de disparates leva, de quando em vez, ao Parlamento, para
brincarem aos deputados. Vem isto ao caso por ter a Juventude
Popular, apêndice obscuro do CDS/PP, dado inesperado sinal de
vida, ao demarcar-se subtilmente da direcção do Partido, com
a decisão de não apoiar a candidatura presidencial do Prof.
Cavaco. Tão subtilmente que nem daria por ela, tanto o
visado, como qualquer outro observador, pelo que decidiram
os juvenis aspirantes à Popularidade desencadear uma campanha
informativa que explique às pessoas por que razão não farão uma
campanha política pelo leader das sondagens. Dizem que Cavaco
terá sido, para os jovens, «uma oportunidade mais perdida do que
ganha». Como, possivelmente, a maior parte deles já terá chegado
a estas andanças depois da retirada cavaquista da governação, há
que concluir que perderam foi uma boa oportunidade de estarem
calados. Mas tudo se explica pela vontade obsessiva de se mostrarem
como diferentes, que é de cá, como de qualquer outro lado. Em Paris
queima-se automóveis e ataca-se autocarros; por cá, felizmente dum
modo mais pacífico, tenta-se incendiar a cena política vetando um
candidato. Único óbice: alguém terá dado por isso?
menos delas do que dos partidos de que pretendem ser o
ramo mais verde. Se em ser jovem há alguma dignidade ela
é incompatível com a ideia de se organizar como tal. Os seus
dirigentes, quando prestam declarações ou discursam para
os restantes filiados, sempre me pareceram indistinguíveis
daqueles miúdos que uma ideia ridícula da corrente pepineira
de disparates leva, de quando em vez, ao Parlamento, para
brincarem aos deputados. Vem isto ao caso por ter a Juventude
Popular, apêndice obscuro do CDS/PP, dado inesperado sinal de
vida, ao demarcar-se subtilmente da direcção do Partido, com
a decisão de não apoiar a candidatura presidencial do Prof.
Cavaco. Tão subtilmente que nem daria por ela, tanto o
visado, como qualquer outro observador, pelo que decidiram
os juvenis aspirantes à Popularidade desencadear uma campanha
informativa que explique às pessoas por que razão não farão uma
campanha política pelo leader das sondagens. Dizem que Cavaco
terá sido, para os jovens, «uma oportunidade mais perdida do que
ganha». Como, possivelmente, a maior parte deles já terá chegado
a estas andanças depois da retirada cavaquista da governação, há
que concluir que perderam foi uma boa oportunidade de estarem
calados. Mas tudo se explica pela vontade obsessiva de se mostrarem
como diferentes, que é de cá, como de qualquer outro lado. Em Paris
queima-se automóveis e ataca-se autocarros; por cá, felizmente dum
modo mais pacífico, tenta-se incendiar a cena política vetando um
candidato. Único óbice: alguém terá dado por isso?
8 Comments:
At 10:50 AM, Flávio Santos said…
Eu até acho que só lhes fica bem, na linha do que Manuel Monteiro fez em 1996, recusando o apoio ao mesmo indivíduo por coerência, e ao contrário do volte-face de Paulo Portas.
At 11:02 AM, Paulo Cunha Porto said…
Olha lá, mas não foi aquela recusa que depois deu numa admissão de que nele votaria? E apesar de tudo, esse meu antigo Colega dos bancos da Faculdade teve uma relevância um pouquito maior do que a destes seus epígonos, ele que também presidiu à JC antes de liderar o CDS.
At 11:29 AM, Anonymous said…
Tem toda a razão: Jovens turcos organizados é pobre, de facto...
Marta Castro
At 11:45 AM, vs said…
"Jovens turcos organizados..."
LOL!
O 'indivíduo' (como lhe chama, elegantemente, O fg sANTOS), embora keynesiano, terá o meu voto.
MAs descansem, em 2011, já com 38 anos, terei idade para ser candidato.
Finalmente os meus amigos terão um candidato a Chefe de Estado em que votarão sem quaisquer reservas ideológicas.
:)
At 12:25 PM, Flávio Santos said…
Onde é que conta obter as 5000 assinaturas? Em Belmonte?... :-)
At 2:25 PM, Paulo Cunha Porto said…
Marta: Muito obrigado pela aprovação. realmente parece-me uma contradição inestética, aquela rapaziada, a levar-se demasiado a sério.
Nelson: será a situação em que a amizade dará asas ao voto. mas começo a pensar que a marcação destas eleições, mesmo no limite, foi uma conspiração contra o meu Amigo...
FG Santos: o Nelson vai ter de bater a outra freguesia. Já não há tantos nessa respeitável comunidade.
Mas se mostrar alguns dos escritos dele sobre adeptos do Islão a emigrantes nossos de Paris, não terá dificuldade em obter o quíntuplo das assinaturas, de tal forma este novo terror singra por lá...
At 2:50 PM, Flávio Santos said…
Há, sim, cerca de 6000:
http://www.cm-belmonte.pt/Autarquia/eleicoes.html
At 5:33 PM, Anonymous said…
Pois não me parece....Teremos de esperar um pouco mais, talvez pela quinta geração do Nélson, do Individuo... quem sabe?
Marta
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