O Roto e o Nu

Vem José Barroso, o inefável eurocrata do momento, fazer
uma queixinha a propósito da choradeira do Sr. Chirac, que,
despeitado por Bruxelas não ter intervindo num caso de
despedimento em que intersses franceses estavam envolvidos,
acusou as Instituições Europeias de não «ligarem ao social». A
ligação ao dito deve, evidentemente, ser a constante do programa
do governo que patrocinou e que visa cortar uma série de direitos,
tendo, em acto contínuo, desencadeado maifestações pouco usuais.
Mas adiante. Grita, em resposta, o Presidente da C. E. que está a
ser vítima de dois populismos, o que fala contra o Mercado e o
que culpa Bruxelas pelo que corre mal. Esquece o Dr. Durão que
ele próprio foi o incompetente porta-voz de um outro, bem liberalóide,
por sinal: o que tenta agradar às massas, prometendo baixas de
impostos que, posteriormente, não cumpre.
E, a propósito dos sentimentos anti-eurocracia presentes nos Estados
membros, lembre-se que instituição europeia é também o Conselho
Europeu, como o são os diversos Conselhos de Ministros sectoriais.
Ambos os engalfinhados cavalheiros são abrangidos pelo conceito.
Ambos são credores da nossa desconfiança.