Eterno Retorno
Prodi ganhou; e por muitos. Tenho dele a imagem de um
homem honesto, ao contrário do que penso de Berlusconi,
mas sinto fortes dúvidas sobre a sua competência para
domar a multipartidagem que, fatalmente, lhe terá de
servir de substato e lastro. Ainda recordo o nojo e cansaço com
que, a meio do anterior mandato legislativo, zarpou, a
caminho da Comissão Europeia. É certo que os ambiciosos
da hora se não revelam tão poderosos como D´Alema. Rutelli
e Bertinotti têm êxito mediático, um, pela figura, o outro
- que não integrava a anterior base de apoio do eleito -
pelos desempenhos argumentativos e de criação duma
personalidade mítica. Não por terem uma imprensa
disciplinada atrás de si, como no caso anteriormente referido.
Porém, os neocomunistas do ex-sindicalista de Turim são
bem capazes de apoiar apenas enquanto não vislumbrarem a
oportunidade do golpe decisivo que os promova.
Mas a Direita italiana revela-se, igualmente, incapaz
de se refrescar. Berlusconi continuará a ser o seu candidato,
pois sabe que só a governação lhe evita condenações. E Fini,
tendo tido o mérito de livrar os herdeiros do MSI de
aprisionamentos ideológicos e resquícios milicianos
marginalizantes, ao colar-se ao dono da Forza Italia, prescindiu
dos princípios básicos, pactuando com a plutocracia que o
Mussolini dos melhores tempos e o seu próprio mentor, Almirante,
sempre combateram. E nem a moderação do ultraliberalismo
programático, em matéria de manutenção de prestações sociais do
Estado, nomeadamente aos agricultores do Sul, o isenta de tal
pecha.
Frise-se, este regresso traz uma angústia suplementar: imaginem
que o exemplo alastra e que José Barroso resolve, após fracasso
eurodirigista comparável, regressar ao papel de Durão...
Estamos fritos! Não que melhorasse ou piorasse, em relação
ao que está. É a vexata questio da «frigideira e do fogo».
homem honesto, ao contrário do que penso de Berlusconi,
mas sinto fortes dúvidas sobre a sua competência para
domar a multipartidagem que, fatalmente, lhe terá de
servir de substato e lastro. Ainda recordo o nojo e cansaço com
que, a meio do anterior mandato legislativo, zarpou, a
caminho da Comissão Europeia. É certo que os ambiciosos
da hora se não revelam tão poderosos como D´Alema. Rutelli
e Bertinotti têm êxito mediático, um, pela figura, o outro
- que não integrava a anterior base de apoio do eleito -
pelos desempenhos argumentativos e de criação duma
personalidade mítica. Não por terem uma imprensa
disciplinada atrás de si, como no caso anteriormente referido.
Porém, os neocomunistas do ex-sindicalista de Turim são
bem capazes de apoiar apenas enquanto não vislumbrarem a
oportunidade do golpe decisivo que os promova.
Mas a Direita italiana revela-se, igualmente, incapaz
de se refrescar. Berlusconi continuará a ser o seu candidato,
pois sabe que só a governação lhe evita condenações. E Fini,
tendo tido o mérito de livrar os herdeiros do MSI de
aprisionamentos ideológicos e resquícios milicianos
marginalizantes, ao colar-se ao dono da Forza Italia, prescindiu
dos princípios básicos, pactuando com a plutocracia que o
Mussolini dos melhores tempos e o seu próprio mentor, Almirante,
sempre combateram. E nem a moderação do ultraliberalismo
programático, em matéria de manutenção de prestações sociais do
Estado, nomeadamente aos agricultores do Sul, o isenta de tal
pecha.
Frise-se, este regresso traz uma angústia suplementar: imaginem
que o exemplo alastra e que José Barroso resolve, após fracasso
eurodirigista comparável, regressar ao papel de Durão...
Estamos fritos! Não que melhorasse ou piorasse, em relação
ao que está. É a vexata questio da «frigideira e do fogo».
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