O Reduto da Dignidade

Quando uma fortaleza, ainda que velhinha, tenta
desesperadamente resistir aos múltiplos assaltos
do poderoso inimigo que, uma a uma, vai tomando
ou derrubando as muralhas e demais defesas exteriores,
fica a esperança de resistência confinada a raros
bastiões dispostos ao combate final. Desta corajosa
recorrência histórica, de que ainda tivemos no séc. XX
um exemplo admirável, com a entrincheirada defesa
do Alcazar de Toledo, vivemos, nos últimos dois anos,
uma notável revivescência no mundo da blogosfera. Falo
do combate pleno de qualidade, de entusiasmo e de boa
orientação que Pedro Guedes tem travado em Último Reduto.
Celebra-se hoje o segundo aniversário do início deste
admirável percurso. Foi este blogue um dos dois ainda
vivos que, com O Sexo dos Anjos, frequentei durante
muitos meses na net, antes de me aventurar a secundá-los,
criando o meu. Do outro sob cuja égide o Pedro Guedes se
coloca, o notabilíssimo Nova Frente, do BOS, já dei aqui
conta de quanto o estimo, levando, segundo a graciosa
resposta do Autor, à «evaporação de 20 leitores».
Mas voltando ao Reduto: nunca encontrei uma página na
blogosfera que conseguisse, tão completamente, cumprir
o estatuto de Grande Angular do Mundo, focando tão distintos
problemas em tão multifacetados registos, servidos por
intocável coerência de estilo, como de princípios.
O Pedro é já um dos Amigos Reais que me honro de ter feito,
com origem no nosso diálogo diário neste mundo de virtualidade
em que navegamos. Por tudo isso, reconhecendo a justiça do
deliberadamente tautológico nome que escolheu para a sua
Morada neste meio, afixo aqui toda a minha gratidão e respeito,
que se traduz num abraço de camaradagem et nunc et semper.
Possa a cor azul das letras deste linkável texto constituir uma
homenagem adicional.