O "Perseguido"

O Major Valentim Loureiro, com uma convicção que
até poderia pôr os mais distraídos na dúvida, se
o País o não conhecesse há muitos anos, veio dizer
que o veto do Dr. Mendes ao seu nome como cabeça de
lista do PSD à Câmara de Gondomar se ficou a dever
«a motivos pessoais e ao facto de o não ter apoiado
para a liderança partidária no congresso de Pombal».
Pode ser que os motivos privados existam. Costumo
frequentar locais mais atraentes do que as cabeças
dos dois políticos em questão, por isso não sei dizer.
Mas o que parece a este psicólogo de carregar pela
boca que me vou esforçando por ser, é que, se as
razões pessoais fossem tão determinantes o major
não se teria visto na necessidade de acrescentar a
do voto contrário vertido na reunião magna do partido.
Quem tem um bom argumento não o atira, de passagem,
fazendo-o seguir, logo, por mais um. E, não se divisando
no Dr. Mendes um afã persecutório contra outros, que não
o ex-presidente do Boavista, temos que nos cingir a
encontrar a explicação num certo processo penal em que
ele é arguido...