Correcções das Democracias

A nossa dominante classe política gosta de se
inventar antepassados ilustres e filiar esta
amostra de regime em nada menos do que as democracias
da Grécia Antiga. Como exclusiva ressalva condena
a escravatura e a exclusão das Mulheres do voto.
Mas a coisa não é bem como a pintam. Para começar,
não existiam propriamente partidos institucionalizados.
Havia, como em qualquer sociedade humana, apoiantes
deste ou daquele, todavia o mecanismo das fichas de
inscrição, disciplina de voto e promoções internas, cartazes
com siglas e punições dos recalcitrantes era, em
absoluto, desconhecido.
Depois, em vários tempos e lugares do mundo Helénico,
a decisão pelo sufrágio era moderada pelo Voto de Minerva.
Consistia num reconhecimento de que a qualidade, nos
casos complicados, oferece mais garantias do que a mera
quantidade. Escolhia-se um, ou um número muito reduzido
de homens sensatos e proeminentes, destacando para cada
situação um deles. Então formulava-se a regra: «O assunto
tal será decidido pelo voto. Mas se o resultado for muito
aproximado, far-se-á conforme o parecer de Fulano - o antes
nomeado (mesmo que fosse coincidente com a opinião da
minoria).
Isto era uma correcção da exageração democrática.
Mas claro que o sistema actual não precisa de uma correcção,
está é a pedir um correctivo