Surrealismo Naïf?

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Dois conceitos que, aparentemente, se excluiriam, juntam-se, talvez, na arte de Cusimano. Ingenuidade da realização, que não na concepção, a qual passa por ostentar a argúcia de todos os que se propõem explorar o inconsciente, sendo ainda mais evidenciado nos que fazem da alma o cenário inconcorrido da acção que pintam.
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Temos em cima «A Viagem Metafísica do Navegante da Mente», seguindo-se um perspicaz «Asas». Neste último, três níveis de tentativa de elevar-se: a imitação, que não se consegue libertar das raízes que de si são destino. O esforço, capaz de guindar somente aos níveis intermédios. E a eleição, das alvas e celestes vaporizações, que, mesmo em repouso, povoam as alturas. O que nos pode servir de pista para o primeiro quadro, com a entrada na enseada dos raciocínios decepados como etapa que, encontrando o caminho pela nada inocente complexidade fascinante das formações rochosas, sirva, nesse escoar iluminante de Cronos, como via para os corpos desejados: as nuvens, sempre nas nuvens! Alcançáveis somente quando o nosso tempo se esgota e deixamos de sentir a materialidade sobre a qual agimos?