Em Honra das Vítimas
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Não me creiam melhor do que sou. Ainda há pouco o comi. É a minha má consciência, eternamente desgostado perante o abate dos animais, mas não tendo a coragem ou a inclinação de me tornar vegetariano. Falo-Vos, neste post, do Perú. Do Jesuíta, como é conhecido em certas zonas do nosso País, por se dar por certo ter sido trazido da América para cá pelos Reverendos Seguidores de Santo Inácio, pelo que tomo a liberdade de dedicar esta nota ao Jagoz. Isto, apesar de Brillat Savarin fantasiar que os Romanos já o conheciam e que ele esteve presente na ementa de núpcias de Carlos Magno. Suspeito de que a primeira conjectura faça parte da habitual repugnância em atribuir à Companhia algo de positivo, retroagindo a tempos pré-Cristãos de conveniência. Já a segunda é o sonho de todas as genealogias. Se Napoleão fez a sua remontar a Carlos Magno, por que não permitir o mesmo à ave? O nome português do bicho parece indicar a dependência das possessões hispânicas de onde o teriam directamente importado, o que sempre é mais clemente do que chamá-lo de bobo ou tolo - guajalote - como no México, apesar de menos exacto do que o pavo castelhano, já que do pavão é primo, entrando este parentesco no seu nome científico. Colombo é que o tinha pensado uma galinha, o que demonstra que era tão facilmente enganável quanto a aves como acerca de continentes que descobrira, o que logo se pegou aos Alemães, os quais lhe chamam "Galinha de Calecut", Kalekutish-Hahn, acrescentando à fraude a ideia de que os portugueses o tinham trazido da Índia asiática. É a infelicidade de um povo meticuloso: já não têm como escapar da asneira, ao contrário dos Franceses, que, com a mais genérica designação dinde, versatilmente se safam dizendo que se referiam, desde o princípio, às Índias Ocidentais.
Uma coisa é certa: Não podemos levar a mal que este cavalheiro não goste do Natal.
Não me creiam melhor do que sou. Ainda há pouco o comi. É a minha má consciência, eternamente desgostado perante o abate dos animais, mas não tendo a coragem ou a inclinação de me tornar vegetariano. Falo-Vos, neste post, do Perú. Do Jesuíta, como é conhecido em certas zonas do nosso País, por se dar por certo ter sido trazido da América para cá pelos Reverendos Seguidores de Santo Inácio, pelo que tomo a liberdade de dedicar esta nota ao Jagoz. Isto, apesar de Brillat Savarin fantasiar que os Romanos já o conheciam e que ele esteve presente na ementa de núpcias de Carlos Magno. Suspeito de que a primeira conjectura faça parte da habitual repugnância em atribuir à Companhia algo de positivo, retroagindo a tempos pré-Cristãos de conveniência. Já a segunda é o sonho de todas as genealogias. Se Napoleão fez a sua remontar a Carlos Magno, por que não permitir o mesmo à ave? O nome português do bicho parece indicar a dependência das possessões hispânicas de onde o teriam directamente importado, o que sempre é mais clemente do que chamá-lo de bobo ou tolo - guajalote - como no México, apesar de menos exacto do que o pavo castelhano, já que do pavão é primo, entrando este parentesco no seu nome científico. Colombo é que o tinha pensado uma galinha, o que demonstra que era tão facilmente enganável quanto a aves como acerca de continentes que descobrira, o que logo se pegou aos Alemães, os quais lhe chamam "Galinha de Calecut", Kalekutish-Hahn, acrescentando à fraude a ideia de que os portugueses o tinham trazido da Índia asiática. É a infelicidade de um povo meticuloso: já não têm como escapar da asneira, ao contrário dos Franceses, que, com a mais genérica designação dinde, versatilmente se safam dizendo que se referiam, desde o princípio, às Índias Ocidentais.
Uma coisa é certa: Não podemos levar a mal que este cavalheiro não goste do Natal.
7 Comments:
At 4:56 PM, Anonymous said…
El pavo de Perú (la Nueva Castilla) es muy seco......
At 5:18 PM, Paulo Cunha Porto said…
Nada que se não resolva com o molho que é o creme hidratante do bicharoco, Meu Caro Çamorano.
Abraço.
At 5:25 PM, Anonymous said…
Amigo Paulo, hablando de jesuítas, el "zapaterismo andante" pretende remover el monolito del heróico Padre Fernando de Huidobro s.j., en la madrileña "Cuesta de las Perdices"........
At 5:37 PM, Paulo Cunha Porto said…
Para porem lá uma dopresidente do Governo, não?
Tempos difíceis. Caro Çamorano.
Abraço solidário.
At 10:32 PM, zazie said…
Que hist'oria tao engracada.
Beijinhos e saudades
At 8:43 PM, Paulo Cunha Porto said…
Querida Zazie:
Também achei que dava um "post" engraçado. Já andas por cá? Vou já verificar.
Beijocas.
At 1:09 PM, zazie said…
Agora é que já cá estou. O outro comentário ainda foi com teclado da velha Albion. Mas estou por pouco tempo que a seguir vem a passagem de Ano
ehehe
Beijocas.
Vou ver se ainda posto qualquer coisinha
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