Ranking Mor(t)al
Para um pobre País cujos plumitivos exultam de cada vez que uma qualquer listagem internacional o dá como na metade de cima da tabela, aqui está uma classificação em que essa performance é bem desonrosa: o 26º lugar entre os Estados mais corruptos. Para aqueles que consideram a superação da "vida remediada" do Portugal do Estado Novo, aqui está um motivo de meditação. Ou alguém acredita que tais níveis de venda de si, uma espécie de prostituição funcional, tivessem equivalente, sob o Salazarismo?
Mas podia ser muito pior: vejam para onde Chávez e o petróleo levaram a Venezuela!
Mas podia ser muito pior: vejam para onde Chávez e o petróleo levaram a Venezuela!
11 Comments:
At 11:31 AM, L. Rodrigues said…
Caro Misantropo,
Aposto que a Venezuela já não envergonhava ninguém antes de Chavez.
Assim como suspeito de que o "Jeitinho" e o "Favor" tão endémicos na nossa sociedade atravessaram a história sem excluir o Salazarismo. Quanto à grande corrupção, aquela dos políticos pelos dinheiros privados acho que é como a pedofilia... já havia só que não se falava nsso.
At 11:40 AM, L. Rodrigues said…
Além disso, estamos em 26º entre Todos, não entre os mais corruptos, leu o ranking ao contrário?
At 12:11 PM, Anonymous said…
A corrupção campeia, descaradamente, à vista de todos, neste país europeu. Há dias tive oportunidade de denunciar uma situação de corrupção e abuso de poder e, na continuação da diligência, verificar o medo de quem, em baixo, tem por missão a fiscalização e levantamento dos autos, face a anteriores medidas sobre o mesmo assunto, que não tiveram seguimento, logo, segundo o seu entendimento, por estarem sob protecção superior. Como se escreve no artigo em referência, não tenho dúvida de que pobreza e corrupção estão intimamente relacionadas e, neste pobre país, ainda, infelizmente, demasiado - diria afrontosamente - toleradas.
Zé
At 1:03 PM, Anonymous said…
Querido Paulo
Também a houve no tempo de Salazar; menos do que agora, mas isso é sinal dos tempos, em todo a Europa, infelizmente.
Beijinho
At 6:17 PM, Anonymous said…
Julguei-me isolado, mas afinal estou bem acompanhado: a corrupção é uma hábito enraizado na sociedade portuguesa desde há séculos, sendo parte integrante do modelo civilizacional e social que desenvolvemos, e portanto não é um simples regime político que vem alterar essas condições, e não certamente o salazarismo que nasceu a partir desse modelo e o promoveu (por mais honestas que fossem as suas acções de combate à corrupção...)
At 7:11 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro L.Rodrigues:
Apesar dos pesares, a Venezuela era tida como dos Países do cone da américa do Sul mais próximos do Padrão do Norte, para o bem e para o mal, como com o exagero dos concursos de misses.
Não tenho dúvida de que a notita por debaixo da mesa ao funcionário da repartição vem de muito longe, desde a instalação da burocracia no Nosso País. Mas essa até é confundida com a gorjeta. Da que eu falava, a que age sobre o Poder, descupe mas não vejo a classe política do Salazarismo a abotoar-se com subornos.
Entre todos, sim, expressei-me pobremente, mas a substância permanece. O 26º lugar desconsola-me e, insisto, penso equivaler a uma degradação.
Meu Caro Zé:
O fechar de olhos é uma constante, quer administrativamente, quanto ao mexilhão de vária grandeza, quer judicialmente, com a abstenção de acusar pelo MP, quando a prova apresenta dificuldades. A pobreza é um factor, mas a representação do que cada potencial corrupto acha ser-lhe devido é outro.
Querida MFBA:
Claro que onde está o Homem está o crime. Mas é dessa proliferação pós-abrilina que falo.
Oh Miguel:
«Nasceu e promoveu?». Raios, explicite lá isso. Só se se refere ao programa de combate à que estava instalada e à que residualmente foi sobrevivendo.
Beijinhos e abraços
At 9:29 PM, Anonymous said…
A corrupção a par da prostituição fazem (infelizmente ou felizmente) parte das sociedades. A questão põe-se quando a percentagem de corruptos atinge certos e determinados números.
At 11:24 PM, Anonymous said…
Sejamos humildes: pegue nas "Causas da Decadência dos Povos Peninsulares" de Antero de Quental (não fui que as escrevi, apenas reflecti sobre as suas conclusões e as tenho comparado com outras) e acrescente-lhe o facto de a mentalidade portuguesa preferir o jeitinho silencioso à confrontação e ao respeito da Lei. Foi o exemplo dado pela Rainha Santa, que subtilmente iludiu Sua Majestade e seu esposo em vez de lhe dizer, explicitamente, "SÃO ESMOLAS PARA QUEM DELAS PRECISA!"
Esse modelo civilizacional foi recuperado pelo filo-miguelista Salazar. Contudo, o liberalismo, e as Primeira e Terceira Repúblicas não foram/não têm sido igualmente felizes nesse combate. Porque, lá no fundo, a alma portuguesa não está assim tão diferente de 1833...
abraço
At 9:27 AM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Guilherme Carreiro:
Sem dúvida, é essa a distinção relevante. Ben-vindo a esta casa.
Meu Caro Miguel:
Olhe que misturar os conceitos de esmola e de suborno é aventura intelectual que me transcende.
Abraços a Ambos.
At 11:33 AM, Anonymous said…
Não há mistura. Simplesmente, a Rainha Santa não deveria ter enganado a autoridade, por mais nobre que fosse o motivo. O seu exemplo encoraja os portugueses a desconfiar da Lei e a iludi-la, sejam quais forem as motivações pessoais, já que o precedente fica aberto...
abraço
At 5:58 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Miguel:
A Doutrina da Religião que reconheceu a Santidade Dessa Rainha sempre deixou claro que à lei injusta não é devida obediência. É completamente diverso dar sem condições para socorrer o Próximo, do acto de untar a pata alheia para obter benefício terreno.
Abraço.
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