Palavras Leva-as o Vento
O Novo Procurador-Geral da República, a Quem se deseja uma feliz actuação, não podia, numa posse, ir muito além das generalidades de circunstância. Assim tocarei apenas no ponto em que diz desejar a criação de um «juízo de censura e un desejo de punibilidade efectivo na consciência do homem médio» como a condição para o combate à corrupção, bem como a noção de que todos serão tratados de igual forma, de forma a combater eficazmente a corrupção. Está-se inteiramente de acordo, mas, para tanto, convém não restringir a este ilícito os referidos pressupostos e não permitir que resulte da actuação repressiva das autoridades a ideia de que os poderosos se safam sempre, como sucedeu no processo Casa Pia, em que vultos políticos escutados ou presos preventivamente não viram ter seguimento as suspeitas que sobre si recaíam, ao contrário doutros. Não é esta contradição que pode fazer as gentes confiarem na Justiça. Cautela, pois.
3 Comments:
At 6:48 PM, Paulo Cunha Porto said…
Essa é a saída mais fácil e temível, Caro Espadachim. Mas revela também alguma incapacidade institucional em fazer cumprir a Lei, não prescindindo de generalizar o sancionamento a que ela deveria bastar.
Ab.
At 4:04 PM, JSM said…
Caro Paulo Cunha Porto
A encenação nunca vista da tomada de posse de um Procurador da República, somando mais dois discursos sobre a corrupção, um deles de quem disse solenemente quando era primeiro-ministro - 'não há corrupção em Portugal'! - dois discursos não bastam para relançar a confiança. Enquanto permanecer a virgindade dos políticos no assento dos réus, não vale a pena dar publicidade à posse do Procurador, nem sequer saber como se chama o dito cujo.
Um abraço.
At 7:28 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro JSM:
Neste momento temos de dar ao novo ocupante do palacete da Rua da Escola Politécnica o benefício da dúvida. Mas os sinais não são animadores, lá isso não.
Vamos ver que caminho tudo tomará.
Abraço.
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