Marcado Para Morrer
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Aniversário da encenação que foi o suicídio de Rommel. Salta à vista, antes de tudo, a ingenuidade política de um táctico arguto: pensava, segundo conta o Filho, Manfred, que lhe seria oferecida a escolha entre o Tribunal Popular de Freisler e um comando no Leste, o qual se dispunha a aceitar, dentro daquele espírito dos militares e diplomatas alemães que, odiando Hitler, davam prioridade a um entendimento com os Aliados Ocidentais contra a ameaça Soviética, de duvidosa aceitação por aqueles. Afinal, a alternativa era entre o julgamento e a ampola de cianeto. Ou melhor, entre o veneno e um qualquer desastre na estrada, como vislumbrou. O que fora A Raposa do Deserto não estava entre os conspiradores do 20 de Julho. Mas sabia-se que era em quem eles pensavam para a Chefia do Estado, caso tivessem triunfado. E a sua atitude não era inocente, ao assumir como base de trabalho «A PAZ», de Ernst Jünger, utopia ávida de uma unidade saudosa da Monarquia Universal, que seria inaceitável para um Poder Alemão acossado por todos os lados, ao admitir como vencedores os adversários e a separação de culpas entre os vencidos que tribunais estrangeiros julgariam. No ambiente de totalitarização que se adensara nos derradeiros meses, impunha-se a propaganda da Unidade e entusiasmo nacionais aplicados ao sacrifício ordenado por uma voz.
Quando ambos se enfrentavam em África, Montgomery costumava ter pendurado perto da mesa de despacho um retrato do Grande Militar Germânico, que inquiria com o olhar, tentando adivinhar-lhe, assim, os movimentos. Entre as garantias de Funerais Nacionais e as ameaças de represálias sobre a Família, não era preciso esse contínuo exame do Marechal Britânico para calcular qual seria a opção.
Aniversário da encenação que foi o suicídio de Rommel. Salta à vista, antes de tudo, a ingenuidade política de um táctico arguto: pensava, segundo conta o Filho, Manfred, que lhe seria oferecida a escolha entre o Tribunal Popular de Freisler e um comando no Leste, o qual se dispunha a aceitar, dentro daquele espírito dos militares e diplomatas alemães que, odiando Hitler, davam prioridade a um entendimento com os Aliados Ocidentais contra a ameaça Soviética, de duvidosa aceitação por aqueles. Afinal, a alternativa era entre o julgamento e a ampola de cianeto. Ou melhor, entre o veneno e um qualquer desastre na estrada, como vislumbrou. O que fora A Raposa do Deserto não estava entre os conspiradores do 20 de Julho. Mas sabia-se que era em quem eles pensavam para a Chefia do Estado, caso tivessem triunfado. E a sua atitude não era inocente, ao assumir como base de trabalho «A PAZ», de Ernst Jünger, utopia ávida de uma unidade saudosa da Monarquia Universal, que seria inaceitável para um Poder Alemão acossado por todos os lados, ao admitir como vencedores os adversários e a separação de culpas entre os vencidos que tribunais estrangeiros julgariam. No ambiente de totalitarização que se adensara nos derradeiros meses, impunha-se a propaganda da Unidade e entusiasmo nacionais aplicados ao sacrifício ordenado por uma voz.
Quando ambos se enfrentavam em África, Montgomery costumava ter pendurado perto da mesa de despacho um retrato do Grande Militar Germânico, que inquiria com o olhar, tentando adivinhar-lhe, assim, os movimentos. Entre as garantias de Funerais Nacionais e as ameaças de represálias sobre a Família, não era preciso esse contínuo exame do Marechal Britânico para calcular qual seria a opção.
4 Comments:
At 8:50 PM, Anonymous said…
Subscrevo inteiramente.
At 12:15 AM, Jansenista said…
Nunca tinha visto a foto dele empunhando o bastão de Marechal.
At 3:17 AM, Anonymous said…
Magnífica lembrança, Caríssimo Misantropo. O Marechal Rommel foi mais um dos Homens Honrados que abrilhantaram a História; um génio militar e um ser humano extraordinário.
Um homem que esteve ligado ao místico patriota que foi Klaus von Stauffenberg e que, embora discordasse da solução (a bomba) que este último preconizava para tentar alterar o curso da História, concordava em fazer tudo o que fosse honradamente possível para salvar a Alemanha.
O aniversário da sua morte faz-nos recordar o que realmente tem valor na espécie humana.
Um Bem-Haja.
At 8:57 AM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Visconde:
É extraordinário como um alemão se conseguiu adaptar tão bem às areias do Norte de África.
Mas não devemos esquecer o mérito do seu comando de uma divisão blindada no princípio da Guerra.
Meu Caro Miguel:
Esta concordância deixa-me eufórico.
Meu Caro Jansenista:
Ainda segundo o relato do Filho, o Marechal levou-o debaixo do braço para o passeio de automóvel que seria apresentado como «a morte em consequência das suas feridas quando se encaminhava para uma conferência». Não deixa de ser irónico que haja sido a aviação aliada a proporcionar a possibilidade dessa versão, ao bombardeá-lo, algum tempo antes.
Meu Caro Carlos Portugal:
Era de facto um "fora de série", ou não fosse membro do restritíssimo clube galardoado com a prussiana "Pour Le Mérite" na Grande Guerra. Aliás, ela é visível, aparecendo por baixo da Cruz de Cavaleiro da Cruz de Fero com as três elevações.
O facto de ser o cabo militar preferido de Hitler, até ao momento em que as suas qualidades o impediram de ser joguete de um partido, explica-se também, julgo, pelos laços fortíssimos que os combatentes da frente de 1914-1918 nutriam uns pelos outros. Nem os "Grognards" Napoleónicos teriam talvez tal solidariedade, estendida aos ex-inimigos, por vezes.
Abraços a Todos.
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