O Desperdício
Sou, por princípio, contra a criação de comissões de avaliação pelos governos. Quando um político assume uma pasta ministerial, se não tem já estudos e conclusões próprios sobre o tema, deve ter o cuidado de, ao escolher os seus assessores e adjuntos, seleccionar pessoas com domínio das matérias que lhe permitam decidir, sem arrastamentos burocráticos. Para não falar já do contributo que os próprios técnicos que herdou no ministério possam dar. A coisa, porém, agrava-se quando o Governo que fingimos ter vem prescindir dos serviços da Comissão que avaliava o estado e o remédio relativos à Função Pública, a um terço do precurso previsto. Como vem esta extinção logo após a recomendação de reduzir efectivos que deixou a clientela socialista em polvorosa, sabendo-se do peso daquele sector de actividade entre os militantes e simpatizantes do PS, ao ponto de o Secretário de Estado Figueiredo ter vindo acalmar as hostes com a garantia de que não haveria despedimentos, a decisão fede a um vetusto vício: acaba-se com os orgãos e organismos públicos que não dizem o que queremos ouvir. E quem paga, Senhores? No sentido da responsabilidade, ninguém. No dos custos, não tem dúvida.
2 Comments:
At 5:54 PM, Jansenista said…
Por mim, resta uma regra para o Governo de Portugal: quem vier atrás que feche a porta.
At 7:20 PM, Paulo Cunha Porto said…
Se ainda houver porta para fechar, Caríssimo Jansenista.
Abraço.
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