O Melhor Contra-Fogo

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Era eu um bloguista novato nesse Agosto de 2005, quando leio nessa Fonte de Saber que é o «Último Reduto» a notícia do aparecimento de um blogue a não perder. Nesse maldito mês em que o País ardia a bel-prazer dos mandantes dos incendiários denominava-se o novel Confrade «Combustões». Vi,com surpresa, que quem o animava era Alguém de quem tinha encarado a hipótese de ser corriligionário numa militância de anos passados e de quem sabia mais alguma coisa, porque Colega de Faculdade de um Querido Amigo. O primeiro post deixou-me logo rendido. Era uma panorâmica eruditíssima sobre a classe intelectual portuguesa e a sua intervenção cívica. Teve para mim especial relevo por referir com mestria um teorizador republicano hoje pouco lembrado e que estimo: Bazílio Telles. Fiz um misérrimo comentário dizendo quanto prazer me dera a leitura e obtive, em resposta, um mail de uma urbanidade e simpatia a toda a prova. fiquei cliente. Foi o melhor que fiz, já que não tardei a ver que estava perante a Chama que combatia com Qualidade a quantidade de labaredas que consumia a Nação, tudo isto servido por um estilo invulgaríssimo, que honra as ligações familiares, como poderá entender quem Lhe conheça a Árvore Genealógica. Este era o Fogo dos Deuses trazido aos mortais, sem a componente de orgulho que atraísse eternas devorações de fígado. Não esqueço as muitas palavras de simpatia que teve para com este animalejo em cativeiro, como no momento em que pensei acabar com o blogue, ou ainda agora, vencido um ano sobre a inauguração, ao atribuir-me, com graça, o Prémio de Casti(gui)dade! Bem haja, Caro Miguel.

A imagem é de Jean Cressiers.