O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Friday, August 11, 2006

Da Liquidez Explosiva

Com mais dados, mas muito confusos, acerca da planeada megaoperação terrorista de fazer rebentar, em pleno voo, aviões ligando o Reino Unido aos EUA, há, desde logo, que rejeitar as preconceituosas ideias de que teriam sido Administração Bush e o Governo Blair a cozinhar a notícia, ou para se fortalecer na opinião pública, ou para desviar as atenções das operações israelitas em curso. A primeira hipótese comportaria demasiados riscos de ser descoberta, até porque corresponderia à primeira linha de investigação de qualquer jornalista destacado para a cobertura respectiva; e acarretaria precisamente os efeitos contrários se desvendada. É explicação boa para aqueles que acreditam que Osama Bin Laden e George W Bush são a mesma pessoa, porque nunca foram vistos juntos. A segunda ainda faz menos sentido: se o trabalho diplomático já garantiu ao Estado Hebraico o tempo necessário para varrer o Hezbollah, o que haveria a ganhar com o silenciamento do poder destrutivo das forças judaicas?
Mas há interrogações que me fazem estranhar a atribuição à Al-Qaeda do comando e abastecimento logístico dos terroristas falhados. Até agora A Base tinha concebido atentados com um planeamento meticuloso, mas sem recorrer a meios jamesbondianos como os explosivos líquidos anunciados, o que talvez devesse inclinar as mentes para conceder a autoria a algum serviço secreto, mais fadado para tais usos. E o facto de dois dos detidos serem conversos, ou seja, novatos no Islão, também contraria as práticas do 11 de Setembro e do 7 de Julho, em que foi concedida a membros categorizados das respectivas organizações, a central e a sucursal londrina, a honra e a recompensa do martírio, não a arrivistas. Dada a pressa com escassa revelação de pormenores, da inteligência paquistanesa em sublinhar o seu papel, poder-se-ia pensar numa exageração de perigos emanada desta, para mostrar serviço e rebater críticas de colaboracionismo; mas também isto é pura especulação, embora intuitiva.
Uma coisa é certa: o enfado e os protestos dos incomodados protoviajantes, nada impressionados por terem, presumivelmente, sido salvos de ir pelos ares, mas lamentosos por não... conseguirem pelos ares chegar aonde queriam, dá bem a ideia da ausência de espírito de sacrifício e de obediência naturalmente ordeira que se apossou dos Ocidentais. O inverso do que sucede na China, como refiro no «Calma Penada» de ontem.

25 Comments:

  • At 11:20 AM, Anonymous Anonymous said…

    Devo-lhe lembrar que estes presumiveis "ataques" acontecem exactamente no momento em que israel vai intensificar a ofensiva, para a ocupação e destruição do resto do Libano!

    O facto de os "operativos" serem novatos, constitui quanto a mim um forte indicio que de "al-quaeda" podem nada ter, e qualquer organização "bem" intensionada pode ser a sua origem. Uma organização do género daquelas que "construiu" as famosas armas de destruição maciça do iraque(com "provas" e tudo)!

    Interessante foi ver a rtp1 a dedicar uma reportagem (em tempo real) ao assunto para "esclarecer" bem o povo portugues!
    Presumo que não terá sido só a rtp e que em todo o mundo "livre" "ocidental" as televisões "isentas" como skys e outras terão feito horas e horas de descrição do "horror" que os malditos "al-quedas" andam para ai a tentar fazer! Mas até digo mais (arrisco), que vão aparecer "provas" de que estes "ataques" foram planeados por gente treinada no irão!

    Presumo também (e volto a arriscar) que não vai demorar muito (coisa de alguns meses) até começarem os bombardeamentos também ao irão!

    Lá diz o povo: grão a grão enche a galinha (para mim têm mais aspecto de ratos: focinho afinado, nariz comprido e rombo e olhos semi-serrados e molhados) o papo!

     
  • At 11:29 AM, Anonymous Anonymous said…

    Este comentário, este estilo, este tom... adivinho por detrás dele uma certa personagem.

    * Sara Maga, Πυθια

     
  • At 11:52 AM, Blogger L. Rodrigues said…

    O que este episódio me diz são duas coisas:
    1- O combate ao terrorismo faz-se com trabalho de polícia. Informação. inflitração, secretismo.
    2. A Guerra ao Terror por meios militares radicaliza os moderados e motiva os radicais.

    Nada de novo, na verdade.

    PS: Temos muito que aprender com a China, caro Misantropo. É uma realidade que para mim também é recente, mas cada vez mais óbvia.

     
  • At 1:13 PM, Blogger zazie said…

    Estou de acordo e, como tenho lá família, posso-te garantir que, ao contrário do que disseram ao EB, as pessoas não estão nada em pânico.

    Também é um tremendo disparate dizer-se que lhes incomoda a vigilância e os enormes cuidados que por lá há.

    Bem pelo contrário. Nunca se andou com tanto à vontade nas ruas de Londres e nunca aquele metro esteve tão limpo.

    Quase faz lembrar a nossa Lisboa de há umas boas décadas.

    Só mesmo quem não vai lá com frequência ou vive de facto no centro é que pode dizer o contrário. A vigilância e a segurança só lhes trouxeram mais facilidade de curtirem a rua. Basta fazer uma passagem de Ano por lá ou ir ao carnaval de Notting Hill para se saber do que falo.

    Quanto à organização terorista, é mais notório que isto está a funcionar de forma cada vez mais autónoma e em remakes que podem incluir tudo.

    Estão cá dentro. Há milhares e milhares de emigrantes clandestinos e outros tantos perfeitamente legalizados e perante isso é que já não se pode voltar atrás e fazer o que se devia ter feito- fechar fronteiras.

    O problema é esse. Sem se perceber isso, não vale a pena alimentar utopias que basta bombardar as terras deles, lá para o Médio Oriente, para ficarmos livres de perigo. Pelo contrário, só estamos a criar mais revoltados dispostos a alinharem em mais milícias e mais atentados cá dentro.

    Bastaria olhar para a realidade e ver desde quando e à custa de quê se desenvolveu esta ameaça terrorista.

    Começando logo pelo 11 de Setembro e da sua reivindicação máxima, claramento dita pela Al-Qaeda.

    Nunca tínhamos tido isto antes, aquando de outras administrações americanas sem esses neo-trostkistas pró-sionistas a mexerem os cordelinhos.

    O argumento do avanço do Islão e do plano de "reconquistarem a Europa" também é outra ficção sem a menor sustentação prática.

    Cheguei a perguntar ao VPV para me esclarecer onde se podia observar esse real avanço geográfico, uma vez que a única coisa que historicamente se pode observar em 50-70 anos é ao recuo do avanço Ocidental que largou os territórios que por lá tinha como colónias.

    Houver recuo nosso, e houve a dependência do petróleo. E depois, o único real avanço territorial ou ofensivo e humilhante que existiu também veio deste lado. Israel e a rapacidade israelita; o apoio da administração Bush a esse avanço e, de seguida, o intervencionismo americano com aquele caos de "exportação democrática" que existe no Iraque.

    Estes são os factos que estão no terreno e que se podem observar no mapa e no tempo. O resto é literatura e simpatias à mistura, pelas infinitas razões ou desrazões que o ser humano é sempre capaz de inventar.

     
  • At 1:20 PM, Blogger zazie said…

    há um outro aspecto que ninguém fala.

    A falta de infiltração israelita no inimigo para poder apanhar-lhe os alvos e os planos.

    Não há nada melhor e mais necessário que a espionagem. Mas Israel tem um défice natural nesse campo. E vem-lhe de uma série de características idênticas ao islão.

    Sem espionagem, sem infiltrações nunca seria possível neutralizar ou desactivar planos. Sejam de guerra, sejam de guerrilha ou de atentados terroristas.

    Para isso é necessário "colocar-se na pele do inimigo" como dizia McNamara. E para se colocar na pele dele também é necessário ser capaz de se misturar com ele.

    Literalmente, sob todas as formas.

    Nunca será escudando-se numa eugenia elitista de soberbia que vão conseguir defender-se e lidar com a necessidade de defesa e das estratégias mais inteligentes para consguirem aguentar-se por aquelas paragens.

     
  • At 1:23 PM, Blogger zazie said…

    e não tenham dúvidas. Se eles não aprenderem a lidar com isso, não são apenas eles que vão apanhar com mais chatices. Somos todos nós.

    Pela simples razão que nunca farão as malas e o único limite é a bomba atómica.
    E os loucos que não mudam nem se conseguem adaptar e têm o maior arsenal bélico, são capazes de dar esse salto.

     
  • At 1:29 PM, Blogger zazie said…

    errata, entre outras: ou não vive no centro de Londres.

     
  • At 2:45 PM, Anonymous Anonymous said…

    Oa assassinos que queriam fazer explodir aviões são um produto da tolerância ocidental. Essas franjas infiltradas, incendiadas por chefes que pregam a intolerância, constituem um autêntico terreno minado cuja neutralização é muito difícil. Mais difícil se juntarmos a falta de espírito de sacrifício das populações, ou falta de espírito de corpo, como se diz em linguagem militar, cada vez mais necessários para combater um inimigo comum que, pelos vistos, está disposto a levar a sua "sagrada missão" às últimas consequências.
    Depois, temos uns ingénuos úteis, como o anónimo que abriu esta caixa, para os quais talvez fosse útil criar uma Albânia só para eles, ou pagar-lhes as passagens para o paraíso messiânico da sua simpatia, já que que é uma pena terem errado o lado da barricada.
    Isto porque, nos tempos que correm, já não há lugar para o cinzentismo: as coisas, ou são pretas, ou brancas. E o Ocidente tem que acordar de vez se não quiser secumbir à barbárie.

     
  • At 5:14 PM, Blogger JSM said…

    Caro Paulo Cunha Porto
    Concordando ou não com a sua análise, penso que o título do postal seguinte, ficaria a matar neste postal.
    Um abraço sem ironia.

     
  • At 6:13 PM, Anonymous Anonymous said…

    ASSINALEMOS O ANIVERSÁRIO DA VITÓRIA DOS LIBERAIS NA ILHA TERCEIRA! VIVA O 11 DE AGOSTO!

     
  • At 6:18 PM, Anonymous Anonymous said…

    A série de comentários da Zazie foi - finalmente! - a primeira retaliação séria àquele aborrecido senhor que escreve horrivelmente mal e tem uns blogues chamados "separatismo", "divisão 50-50" e afins.

    Entre o Irão e o Iraque, há uma diferença simples. Sobre o Iraque, milhões de pessoas não acreditavam seriamente na possibilidade de ter AMD's, e esses milhões manifestaram-se na rua. Sobre o Irão, é mais fácil constatar que É, de facto, uma ameaça. Os ditos bombardeamentos, a ocorrerem, terão maior legitimidade aos olhos da comunidade internacional.

    POr mais que isto desagrade a realpolitiks conservadores ou a comunistas, a grande herança de W. Wilson foi o sentido de superioridade moral que legou à América e ao Ocidente. As democracias ocidentais anunciaram que só fariam guerra em legítima defesa.

     
  • At 6:23 PM, Anonymous Anonymous said…

    Isto dificultou a reacção a Hitler, mas quando a hora da guerra chegou, não houve recuos, porque as opiniões públicas sentiam que a guerra era justa. De uma forma geral, também não houve recuos na luta anti-soviética. Quando o Iraque invadiu o Koweit, a reacção foi também vista como legítima.

    Muitos terão sido os atropelos práticos ao legado de Wilson, mas ele manteve-se nas opiniões pública ocidentais. Foi ele, Paulo, que motivou a quantidade de manifestações em 2003, porque a opinião pública sentiu que a guerra não era legítima.
    O Ocidente não está tão falho de valores como o Paulo julga.Simplesmente, interiorizou uma série de valores diferentes dos de antigamente. Mas não se iluda: quando, e À MEDIDA QUE o Ocidente for atacado, responderá. E o sr. Ahmadinejad é o próximo inimigo das democracias.

     
  • At 6:26 PM, Anonymous Anonymous said…

    Sim, Paulo, eu sei que as democracias causam tanto mal como os outros regimes, cometem crimes em massa, na Segunda Guerra Mundial, durante a Guerra Fria, etc, etc. A questão não é essa. A questão é a percepção que as opiniões públicas dos países democráticos têm dos seus países em relação ao resto do mundo.

     
  • At 6:51 PM, Blogger L. Rodrigues said…

    Sr António, legítima defesa e "acções preventivas" são conceitos diferentes, que o Newspeak neo-conservador se engarregou de confundir. Se na legitima defesa se actua face a agressões ou ameaças concretas e eminentes, já as guerras preventivas são desenhadas com base em percepções. O Irão quer tanto destruir o ocidente como o ocidente quer destruir o Irão.

     
  • At 7:06 PM, Anonymous Anonymous said…

    "Este comentário, este estilo, este tom... adivinho por detrás dele uma certa personagem.

    * Sara Maga, Πυθια"

    Quem? Z. o ímpio?

    * Sara-Mago (zé prós amigos).

     
  • At 7:48 PM, Anonymous Anonymous said…

    "Depois, temos uns ingénuos úteis, como o anónimo que abriu esta caixa, para os quais talvez fosse útil criar uma Albânia só para eles, ou pagar-lhes as passagens para o paraíso messiânico da sua simpatia, já que que é uma pena terem errado o lado da barricada.
    Isto porque, nos tempos que correm, já não há lugar para o cinzentismo: as coisas, ou são pretas, ou brancas. E o Ocidente tem que acordar de vez se não quiser secumbir à barbárie.
    Zé"

    Obrigado, mas dispenso o tal paraiso , afinal era aqui que ele era prometido!

    Não me confunda com blocos de esquerda ou islamistas: Esse é um dos seus problemas tem muitas confusões na sua cabecinha (seu e de direitinhas como o sr.)

    O caro sr. anda enganado! Olhe que a maior guerra e única segura deveria ser travada aqui contra a imigração, a infiltração (bem o disse a zazie!), contra o capitalismo selvagem e a estupidificação colectiva dos europeus (a chamada "tolerância" multi-culturalista e ( a hipocrisia) dos "direitos" humanos)!

    Contrariamente ao sr. que concerteza apoia o predominio americano/ingles na europa e o esforço de guerra no iraque e no libano, eu continuo a pensar que enquanto a europa não voltar a ser aquilo que era não se vislumbra qualquer futuro para nós!
    Mas tal não é possivel porque há quem passe a vida com medo de fantasmas do passado que só vivem nas suas cabeças doentes e atromentadas!

    É o sr. que apoia a ocupação sionista e americana da europa!
    É o sr. (em conjunto com o sr. bush e "governantes" da europa a seu soldo) que toleram e incentivam a infiltração inimiga em solo europeu, agora até com a tentativa de impor a turquia à europa!
    Em ultima análise foi o sr. (ou antes os seus amigos tipo bush e "compadres") que armaram al-qaeda, irão e iraque!

    É o sr. que defende um modelo de "democracia" neocon-americana que está mais do que falida! E isso sim vai nos trazer muitos problemas para o futuro!

    O comunismo e a vossa "democracia" já morreram, agora resta saber se nos vão ainda (apenas por uma questão de ódio e vingança) enterrar a nós todos também convosco!

    O vosso "santo" e bíblico fanatismo judeo-cristão e apocaliptico é tão ou mais criminoso do que um conjunto
    de fanáticos vossos aparentados que à falta de melhores armas se fazem explodir com cargas de dinamite!
    Tudo em nome do deus de israel!

    Z (Zara-o-Mago) A.H.

     
  • At 10:42 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Caro Anónimo:
    é um contra-senso querer alcunhar a actuação israelita de «terrorismo de estado» e admitir que isto seria um truque para o esconder. O terrorismo vive da publicidade.
    Ignoro em que medida os serviços secretos iranianos estejam inquinados de revolucionarismo "shihita" clerical, mas admitindo neles alguma influência dos ayatollahs, haveria prejuízo similar ao citado para Al-Qaeda e companhia.

    SM:
    Hihihihihihii, é curioso, não possuindo poderes mágicos, também me ocorreu uma possibilidade.

    Meu Caro L.Rodrigues:
    Eu diria que com todos os meios, desde que se tenha um objectivo e não se ande às apalpadelas, depois de os militares fazerem o trabalho.
    Inteiramente de acordo quanto à China. É impressionante.

    Querida Zazie:
    Também achei estranho que os ingleses reagissem assim, ao contrário do que demonstraram aquando do "Sete de Julho". Veja-se o que escrevi a propósito, na altura, ou o que, superiormente, o Velho da Montanha nos deu, no respectivo blogue. Mas os inquiridos estavam com um pouco usual ar de enfado. Não sei qual a representatividade deles entre os passageiros dos voos concernidos, claro.
    Li hoje, no «PÚBLICO», que esta concepção do explosivo líquido corresponderia a um plano idealizado por um antigo dirigente da Al-Qaeda. Pode ser, mas as escolhas operacionais sempre envolveram meios materiais minimalistas, facas e cursos de pilotagem num caso, mochilas com explosivos pouco sofisticados, noutro.
    Claro que permitir a entrada de imigração indiferenciada, sem atentar na qualidade concreta das pessoas é causa do agravamento de muitos males. Sou fortíssimo adversário de qualquer predisposição dirigida a blocos migratórios, seja para receber, ou para vedar. Cada entrada, como todas as outras circunstâncias da vida deve ser decidida, caso a caso, em função da biografia e das qualidades de cada um.
    Agora, Zazie, dizer que Israel tem um "deficit" de espionagem e de infiltração é que nunca me ocorreria. E se perguntares aos dirigentes dos partidos palestinianos, penso que também não se lembrariam de tal.Passam a vida desconfiados uns dos outros e todos os meses há execuções por entrega de segredos aos serviços secretos do Estado Hebraico.

    Meu Caro Zé:
    por isso mesmo, não tendo qualquer posição de princípio pró ou contra os Judeus, porque fujo de julgamentos de povos que se substituam aos dos indivíduos, a luta israelita contra o radicalismo islãmico e respectiva hostilidade ao Ocidente me é simpática.

    Meu Caro JSM:
    Essa adequação surgiu quando o novo extremismo maometano, diferente do nacionalismo árabe tradicional e surgido, preferencialmente, entre povos não-árabes como Irão, Afeganistão e Paquistão, adoptou uma postura expansionista das regras sociais retiradas da sua Fé e elegeu como inimigo o conjunto da sociedade Ocidental.

    Caro António:
    concordo com a análise do Presente mas não posso aceitar a do Passado. Considero o Consulado Wilson como negativíssimo, responsável directo pela Segunda Guerra Mundial, dadas as "soluções territoriais que forjou" e por conflitos como o da ex-Jugoslávia, de que só agora estamos a sair. O seu pensamento sobre a Guerra, impedindo a relativização dela, indirectamente, conduziu à totalitarização da mesma, a qual deixou de poder ser encarada com a naturalidade de um «Inverno mais duro», como outrora. Deus O ouça quanto à capacidade anímica de resposta.

    Sem me intrometer nos mimos entre S e Z, quero apenas relembrar que este blogue decide as suas posições caso a caso e tem sido muito crítico de algumas opções da política externa norte-americana, como apoiante de outras.
    Uuuuuf! Beijinhos e abraços.

     
  • At 1:00 AM, Blogger zazie said…

    "Agora, Zazie, dizer que Israel tem um "deficit" de espionagem e de infiltração é que nunca me ocorreria. E se perguntares aos dirigentes dos partidos palestinianos, penso que também não se lembrariam de tal.Passam a vida desconfiados uns dos outros e todos os meses há execuções por entrega de segredos aos serviços secretos do Estado Hebraico."

    ehehhehehe

    eu inventei esta parte

    ":O))))

    Pensei que era uma boa ideia. Então eles não têm todos aqueles rituais de rezas a horas certas e sabbaths e minaretes?

    como é que não notam a diferença

    loooooooooooooolll

    beijocas

    Não leves muito a sério as minhas teorias políticas.

    Quanto a Londres é verdade que é assim cool

    ahahahaha

    ainda me estou a rir com essa da espionagem de burka, turbante e kippa

     
  • At 8:06 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Querida Zazie:
    Qual! Quem leu as Tuas prelecções no «Espectro» sabe bem que és uma «Comentadora Política» de primeira apanha. E agora, com essa das horas certas, fizeste-me lembrar o argumento de campanha usado contra Lieberman, quando candidato a "vice" de Gore: o de que se um judeu ortodoxo ascendesse à Presidência, o país ficaria indefeso, caso o inimigo resolvesse atacar a um Sábado.

    Meu Caro Visconde:
    Todavia, dizem que os trópicos deixam marcas profundas num Homem que deles regresse. Imagino que também como vacina contra estas atitudes de meninos mimados.
    Beijinhos e Abraços.

     
  • At 3:11 PM, Anonymous Anonymous said…

    "O seu pensamento sobre a Guerra, impedindo a relativização dela, indirectamente, conduziu à totalitarização da mesma, a qual deixou de poder ser encarada com a naturalidade de um «Inverno mais duro», como outrora."

    Sim, em última análise, na base, é isto que separa os nossos pensamentos sobre a Guerra, influenciando o que cada um de nós poderá pensar sobre a actualidade internacional. Deixando de parte os erros e voluntarismos de Wilson, que são reais, e contribuíram para o eclodir de uma guerra que foi responsabilidade de Hitler e Alemanha, deixe-me dizer-lhe que não foi o pensamento liberal/wilsoniano que conduziu à totalitarização da Guerra. A Guerra é que deixou de ser actividade de mercenários para passar a Nação em Armas e depois a Guerra Total, acompanhando o processo de Industrialização.

     
  • At 3:18 PM, Anonymous Anonymous said…

    Paulo, a Guerra, no início do século XX, já não era mais uma gesta heróica e gloriosa para um grupo de honrados e bravos samurais. Passou a ser a carnificina em massa, ao estilo industrial, destruindo directa e indirectamente continentes inteiros. A Guerra Total totalitarizou o conceito.
    O pensamento wilsoniano é uma apenas uma resposta a esta nova realidade. Resposta utópica? Ou antes resposta de bom senso? No final da Grande Guerra, que tinha mesmo de ser feita para "acabar com todas as guerras" porque era a única esperança, como pensar que a Guerra poderia continuar a ser "um Inverno mais duro?"
    Wilson apenas encarou a Guerra como ela é hoje em dia. Podemos ter guerras localizadas e mediáticas, ambientes de guerrilha, guerras em África longe da atenção das TV's, mas não podemos ter mais guerras generalizadas sob pena de a Humanidade ser potencialmente destruída.

     
  • At 3:23 PM, Anonymous Anonymous said…

    Teriam razão aqueles que, no século XII, quiseram proibir a besta, por desvirtuar a glória do combate? Talvez. Um mundo de samurais e mercenários seria mais seguro.
    Mas sabemos bem que tal vai contra a natureza humana. A besta foi talvez um daqueles small steps for men that are giant leaps for mankind. E da besta à bomba atómica foi um pequeno passito.

    Wilson quis que o Mundo se habituasse a uma realidade nova. Passados quase 100 anos sobre a ofensiva austríaca a Viena, e 60 sobre o Projecto Manhattan, é urgente que muitos pensem como ele.

    (Relembro que foram as democracias que inventaram a bomba, a questão não passa por aí..)

     
  • At 3:27 PM, Anonymous Anonymous said…

    (Guerras localizadíssimas, Paulo. O Mundo treme quando a guerrilha sunita exibe um tanque americano capturado e o Hezbolá um tanque israelita virado ao contrário. Oo Mundo não se lembra de Kursk! 2000 soldados norte-americanos mortos no Iraque em 3 anos? E quantos mortos num estúpido mergulho de infantaria contra trincheiras inimigas semeadas de metralhadoras automáticas e obuzes?)

     
  • At 3:28 PM, Anonymous Anonymous said…

    (Disparate. Queria dizer ofensiva austríaca a Belgrado...)

     
  • At 9:33 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Caro Anónimo:
    Não vejo desacordo fundamental entre nós, salvo na valorização do activismo wilsoniano. Claro que a Guerra digna já tinha acabado, pelo menos desde a Russo-Japonesa e, para o Ocidente, desde a Grande Guerra. Mas o que censuro a Wilson, para além da asneirada demarcadora e sancionatória das Nações, foi ter aberto caminho para a "ilegalização" da Guerra, consumada pelo sinistro pacto Briand/Kellog, que veio permitir um retrocesso no que se conseguira hávia três séculos, ao consagrar um espírito conducente à criminalização da classe dirigente dos perdedores. Num certo sentido, Woodrow Wilson é a antítese da «Rendição de Breda». E antes do Século XVII, quando os vencidos eram massacrados, ao menos não se baseava as execuções em ficções jurídicas universalistas. Por isso defendi já, aqui, que achava bem que alguns dos responsáveis alemães de 1939-1945 tivessem sido executados, mas não com recurso à absurda encenação de um julgamento, como, de resto, queria Churchill.
    E sim, a bem lembrada besta merecia por inteiro o nome.
    É um grande prazer discutir este tema Consigo.
    Abraço.

     

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