Paradoxo Sobre o México
Eu não reconheço o Mundo, tão diferente, politicamente, ele é, daquele em que cresci. A Guerra Fria foi-se, substituída pela Tépida, contra o terrorismo do apartamento civilizacional. E a figura do «partido dominante» deixou de ser o que era. Primeiro, foi o PLD japonês, que sofreu um abanão, porém nas eleições seguintes tudo entrou na normalidade. Agora é o declínio prolongado do PRI mexicano. Poder-se-ia pensar que a eleição de Fox, agora em fim de reinado, tivesse sido um interlúdio similar ao nipónico. Nada disso; ganhe quem ganhar, o candidato do PRI, já se sabe, arrastar-se-á na apagada e vil tristeza do terceiro lugar. Não verto uma lágrima pela força responsável por um caldinho de retórica subversiva e opressão burocrático-corrupta, de que alíás é confissão suficiente a o "revolucionarismo institucional" da sua designação.
O mais interessante, todavia, num país que faz gala de alguma aversão histórica aos EUA, apesar do fascínio que o sonho americano exerce sobre a, contudo nada para ele talhada, parte mais pobre da sua população, é a colagem que cada um dos candidatos tenta fazer-se ao exemplo americano, com a esperança de que isso lhe renda votos. Depois do mandato do "Presidente da Coca Cola", o seu epígono, Calderon, tenta colar o adversário esquerdista a Hugo Chavez, apresentando o seu própro caso, pelo contrário, como o do bom vizinho potencial. Mas julgam que o competidor se desdobra em diatribes anti-americanas? Qual! Quer fazer da sua imagem a de um seguidor da política económica de F. D. Roosevelt e da de repressão criminal de Giuliani. Nunca os políticos mexicanos andaram tão perto dos Estados Unidos. Pensarão, porventura, que isso não os afastará ainda mais de Deus?
4 Comments:
At 6:46 PM, Anonymous said…
Modelo de político iberoamericano moderado y sensato: Leonel Fernández, República Dominicana. También, Alvaro Uribe, de Colombia.
At 7:22 PM, Paulo Cunha Porto said…
Uribe desperta-me bastante simpatia, Caríssimo Amigo, pela coragem e prsistência com que tem tentado pôr ordem num País tão dominado pelos grupos criminosos.
Não conheço bem Fernandez, mas tem a minha predisposição positiva, pois um Estado que tenha o Haiti como vizinho não deve ter a vida fácil...
Permita-me, entretanto, estou certo de que também em nome de todos os frequentadores do «misantropo...», que Lhe exprima as mais sentidas condolências pela tragédia do Metro de Valência.
Não sendo um inimigo do Metropolitano, poprque mais rápido do que os autocarros, avalio agora em toda a sua razão a hostilidade do Nosso Confrade do «Último Reduto» a esse meio de transporte, comparável à que eu sinto pelos elevadores.
Abraço, muito especial, pelo triste motivo referido.
At 7:35 PM, Anonymous said…
Amigo Paulo: te agradezco tus sentidad palabras de condolencia por la tragedia de Valencia. Cabe recordar lo bien que se portó el pueblo valenciano en general, y los médicos del Hospital La Fe de Valencia, con motivo de la crisis de salud de don Alfredo di Stéfano, durante las pasadas fiestas navideñas, lo que incrementó mi simpatía por la cálida región levantina. Un abrazo.
At 8:28 PM, Paulo Cunha Porto said…
É verdade, Querido Amigo, não o esqueço, tal como lembro as notícias em cima da hora que aqui deu.
Bem haja!
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