Prós e Contras
Por princípio nada tenho contra a atribuição das competências dos tribunais em matéria de divórcios não-litigiosos aos gabinetes de mediação familiar. Na prática, porém, temo que o caso tenha consequências nocivas. Libertos da intimidadora solenidade da Justiça, com a facilidade e a rapidez desvinculadoras à esquina, temo que muito boa gente se divorciará ou separará legalmente, sem pensar duas vezes, por dá cá aquela palha. Além de que todo o dinheiro que será usado para criar a nova estrutura talvez fosse melhor empregue em reforçar a estrutura judicial, tão sobrecarregada.
Do que não há dúvida é que, se não a concepção, pelo menos a consequência deste projecto equivale a uma banalização do divórcio, visto agora como uma opçãoao nível da escolha da casa, ou ainda menos importante. O que redunda numa igual desvalorização do matrimónio. É paradoxal, mas é assim: a mesma sociedade que pugna pela estabilidade do emprego à outrance não tem um cantinho de cuidados para garantir a permanência do casamento...
1 Comments:
At 10:35 PM, Paulo Cunha Porto said…
Ou então, Caro Espadachim, o reverso, deixando de haver resistência, por se não defender o que se não valoriza.
Ab.
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