O Dia Nacional
Dois Centenários foram deixados passar, sem que se conhecesse a data do nascimento ou da morte de Camões. Até ao Século XIX, em que o Visconde de Juromenha descobriu um documento contendo informação do dia em que ocorrera o óbito. A tempo da comemoração do terceiro centenário, em 10 de Junho de 1880. Todas as oposições se tentaram apossar da data, a integrada, contra o governo, a Republicana contra o Rei.
A posterior identificação no dia da Portugalidade com o Poeta que melhor a cantou não deixa de ser justo tributo a Ambos, pois que se Aqule se honrava do «peito ilustre Lusitano», é natural que os remanescentes deste O honrem, por sua vez. Não há que fazer de Camões um nacionalista como não há que salientar-lhe os traços de deserdado e perseguido, como se fazia no pós-25A. Camões é de todos, com a sua biografia inteira.
Por isso, se não gosto de ver apropriações ideológicas do dia em que a Pátria, conjuntamente, celebra a sua Memória e Persistência, também não posso admitir que sejam censurados Portugueses de qualquer quadrante que vibrem com o momento e o queiram festejar. Seja oficialmente, ou não.
E, tudo somado, a escolha do Dia não foi infeliz. Por uma vez a política escolheu um Poeta realmente Grande.
1 Comments:
At 10:41 AM, Anonymous said…
Bom dia, para quem também é poeta.
bj (timidamente)
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