O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Saturday, June 10, 2006

Apontar a Dedo

O erro ou a má fé na pesagem das culpas. Vão ver este post e os efeitos colaterais. Nunca o Autor titulou tão indignado, com exclamação e tudo, sobre uma bomba em qualquer local público de Israel, com intenção de matar membros da população e não combatentes. Guarda-se para uma granada que errou o alvo, num bombardeamento de bases de rockets que da Palestina atingiam regularmente o território judaico: Ou seja, a indignação é guardada para quem matou sem intenção, as desculpas, ou o silêncio, para quem, desde o início, pretendeu assassinar.
Os terroristas radicais da Palestina - e ainda não vi os seus simpatizantes de cá demarcarem-se - dizem que qualquer israelita é um alvo, por ser «uma população em armas». Mas ignoram que o outro lado seja passível da mesma crítica, omitindo referências à generalizada intifada, passada, quando convém, por levantamento generalizado e, quando já não interessa, por brincadeira de crianças.

8 Comments:

  • At 11:02 AM, Blogger Flávio Santos said…

    «(...) a indignação é guardada para quem matou sem intenção» - claro, coitados, atiram sobre crianças numa praia certamente para não matar ninguém.
    Sempre condenei o terrorismo mas há quem, como tu, cale o terrorismo de estado. Bandos terroristas agem por conta própria e cometem barbaridades - condenas, e bem; um exército de um país que se gaba de ser democrático trata um povo ocupado, deslocado, humilhado, como escumalha e para ti é um acto de defesa. Um raciocínio de uma ética impecável.

     
  • At 12:10 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro FSantos:
    Todo o Teu "post" é feito como se as forças israelitas tivessem atirado alegremente sobre as gentes da praia, o que não aconteceu. Visaram bases de "rockets" que lhes flagelavam o território, um pouco mais longe. Um dos obuses caiu na praia. Aliás, entraram em acção os três ramos e a que fez esses estragos foi disparada pelo exército e não pela marinha. Se moralmente é irrelevante, não o é quanto a perceber as causas da maior imprecisão do mesmo.
    Volto a dizer, entre uma granada que erra um alvo e uma bomba num autocarro, ou num bar, ou num mercado não há comparação possível, apesar da morte de inocentes ser sempre de lamaentar.
    Achas realmente que deste uma imagem exacta do que se passou?
    E mesmo que fossem dignos de igual reprovação, alguma vez publicaste uma foto de uma criança israelita ferida por um bombista palestiniano, com o título «Assassinos!»?
    Abraço.

     
  • At 12:54 PM, Blogger Flávio Santos said…

    Os terroristas, por definição, são sempre assassinos, catalogá-los como tal é um pleonasmo.
    Os terroristas de Estado, se ainda por cima este for democrático, têm sempre uma caução "moral" e desculpabilizante, daí a necessidade de chamar os bois pelos nomes.
    A forma como a tropa israelita trata os civis palestinos mostra o desprezo que tem por eles: interessa é acertar no alvo terrorista, se houver crianças pelo meio, paciência.
    No meu blogue antigo dei como um exemplo admirável de busca pela paz a orquestra sinfónica criada pelo judeu Baremboïm, que é composta por jovens israelitas e palestinos. E, justiça lhes seja feita, há muitos israelitas de esquerda que promovem acções de protesto contra as políticas desumanas de ocupação, o que também já foi referido no "Santos da Casa".
    Abraço magoado.

     
  • At 1:45 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro FSantos:
    Longe de mim querer magoar-Te. Mas, sabes bem, essa do democratismo, no sentido de pluripartidismo, no que me toca, nada comove. E como querias Tu que um exército que vê em cada palestino, inclusivé mulheres e crianças, sim, um assassino potencial, se portasse? Muito tem operado a disciplina.
    Mas a vaca fria não é essa. É comparares um dano não intencional, como há em tantos outros bombardeamentos, a uma bomba intencionalmente posta para matar o maior número de civis. Sendo que esta última acção típica tem a caução expressa do movimento que serve de base ao governo palestiniano com que simpatizas, tendo até muitos dos seus quadros integrado, em lugares de responsabilidade, o serviço de segurança respectivo.
    Outrora, quando havia civilização justa, um uniforme significava um beligerante privilegiado. Hoje quer-se fazer dele um interveniente prtejudicado.
    Não se pode aceitar.

     
  • At 6:14 PM, Anonymous Anonymous said…

    Inteiramente de acordo com o FSantos. Israel tem tropa armada com as armas mais poderosas e sofisticadas fornecidas pelos EUA e países europeus (como a Alemanha...), que não tem o menor escrúpulo em disparar sobre pessoas desarmadas e sobre crianças que lhe atiram... pedras. E Israel está-se pouco preocupando que os seus bombardeios atinjam civis palestinianos inocentes ou insurrectos armados. Israel está na origem de todos os males que hoje afligem o Médio Oriente, e pela sua influência profunda e sinistra neste governo dos EUA, e na sua política externa, provocou a onda de terrorismo que aflige e ensanguenta o mundo e deu origem ao desastre da ocupação do Iraque. É preciso encostá-la à parede por todos os meios, políticos e diplomáticos, ou dentro em pouco teremos uma III Guerra Mundial no horizonte. Quando às vítimas israelitas de ataques terroristas, que vão pedir contas aos seus governantes e políticos, os culpados de toda esta situação.

     
  • At 7:04 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    A Terceira Gerra Mundial já a temos, Caro Eurico, mas não é contra Israel.
    Processos de intenções? Sem provas, nada feito.
    Quanto às alianças, lembra-se da última tentativa da Europa ser, já não digo independente, só um poucochinho autónoma? No Suez, claro. Como pode culpar Israel de, desde aí, se ter aconchegado ao poder americano? Olhe, se eu não fosse europeu, faria o mesmo.
    Abraço.

     
  • At 11:45 AM, Anonymous Anonymous said…

    É muito difícil, se não impossível, preservar qualquer preceito ético numa guerra em que não se defrontem forças regulares (marinha, exército, força-aérea), pelo que não se pode exigir muito destas forças quando os seus opositores são estes inomináveis terroristas que, por exemplo, raptam vítimas inocentes, degolam-as e ainda exibem, sem qualquer traço de vergonha, a prova da sua "valentia". No caso particular dos palestinianos, creio que, em primeiro lugar, devem queixar-se dos seus líderes, que têm desviado em proveito próprio uma infinidade de generosos recursos postos à sua disposição. Não me parece, portanto, legítimo, que que exijam aos seus hostilizados adversários o que os seus próprios governantes não têm querido fazer, isto é, respeitá-los.

     
  • At 12:06 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Caro Anónimo:
    endosso tudo o que escreveu e ainda junto que o desgosto expresso nas ruas da Palestina pela morte de um inominável criminoso como Zarkawi não ajuda um pingo.
    Grato pela lucidez demonstrada.

     

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