O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Friday, June 30, 2006

Em Busca da Identidade Perdida

O salta-pocinhas tecnológico que é o Governo socrático promete ditar-nos nova forma de assinar. Impedido está, constitucionalmente, de o fazer por meio de um número, pelo que me deixa ansioso a iminência de conhecer o que me reservam. Tratando-se de uma «assinatura electrónica qualificada» parece-me mais do que lícito fazer um requerimento para que passe a ser "Misantropo Enjaulado". Irão eles nisso?

14 Comments:

  • At 11:57 AM, Anonymous Anonymous said…

    Caro Misantropo:
    Também eu estou curioso. O «Cartão Único» com chip que o nefasto sujeito quer implementar também é interdito pela constituição, dado que terá um número único - o do cartão - mesmo que este seja constituído pela concatenação dos números do BI, do «contribuinte», da «segurança social», etc., num absurdo informático. Mas, como parece que esta gente gosta de absurdos...

    Um abraço.

     
  • At 12:07 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro Carlos Portugal:
    É mais grave do que parece, pois é mais uma machadada no carácter individual que faz a personalidade de cada um, através da imposição de algarismos em vez de traços ou nomes. Tem muita razão no que diz da cartonada ameaça. E, coisa estranha, esta impensada - ou malévola - tendência surge quando, bem pelo contrário, se quer estabelecer identificações de acesso em função da íris de cada qual. Há maior incoerência?

     
  • At 12:08 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Esqueci-me do abraço, que segue em tempo.

     
  • At 3:20 PM, Anonymous Anonymous said…

    Todos os dias tomamos conhecimento das ruminações noturnas do dia anterior. Tudo ás mijinhas tecnológicas, que em pacote é outra conversa, entenda-se por atacado, não vá alguém pensar noutras coisas.

     
  • At 7:33 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Hihihihi! E, Caro Anónimo, se as "perfeições da técnica" são sempre perigosas, como lembravam os Irmãos Jünger, nestas mãos o perigo avoluma-se.
    Abraço.

     
  • At 11:02 PM, Blogger desculpeqqc said…

    Caro Paulo,

    Espero ansiosamente pelas novidades tecnológicas deste governo como se fosse mais um episódio de uma série cómica.

    Confesso que sou grande defensor dos avanços tecnológicos, o único (!?!) problema é que este governo os anuncia como tal e na prática não o são.

    Lamento estar em desacordo no que respeita ao cartão único.
    Sou defensor de que cada um de nós deveria ser identificado de forma unívoca, impedindo desta forma a proliferação dos vigaristas e falsas identidades.

    Sei que tal domínio da informação em mãos erradas poderá ser nefasto, no entanto, tenho de acreditar que apenas o bom uso da mesma seria permitido e auditado.

     
  • At 8:21 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro LFM:
    Nada tenho contra os avanços tecnológicos, apesar de muitos me passarem ao lado. Duvido, tal como o Meu Amigo, é de que na formulação Gago-Socrática venham a ter expressão real.
    Quanto ao cartão, temo que, para além de desumanizar, torne muito mais fácil a usurpação da identidade, decorrente de cada roubo de carteira no metro, ou de processos de clonagem ínvios. Veja o que já se passa com os cartões multibanco...
    Abraço.

     
  • At 11:13 AM, Anonymous Anonymous said…

    Exacto, Caríssimo Misantropo.
    Aliás, os perigos de tal «tecnologia» em más mãos são enormes. E não só devido à extrema facilidade de clonagem de tais cartões: imagine que a pessoa de mal que actualmente é o governo, decide «embirrar» com alguém. Bastará alterar nos registos centrais os dados dessa pessoa para que - como essas bases são acedidas pela chave do cartão, e não estão impressas neste - a pessoa possa de repente passar a não ter carta de condução, a ser uma criminosa relapsa ou até a não existir...

    Um perigo bem real, infelizmente. Não o querendo incomodar com as prespectivas «ruandesas» ;), lembro contudo que, durante os massacres de 1994 nesse país, os 800.000 assassinados deixaram oficialmente de «existir». Tinham BIs que lhes foram previamente confiscados e depois as suas fichas nos arquivos centrais e comunais foram eliminadas. E o sistema nem sequer estava informatizado...

    É claro que não estou a pensar num qualquer genocídio para esta Santa Terrinha, longe vá o agoiro, mas que existem perigos reais de usurpação de identidade e de perseguição político-social, isso de certeza.

    E também seria um passo para nos meterem um «verychip» sob a pele, como já se faz a muitos cãezinhos da nossa praça, numa prefiguração da «marca da besta» apocalíptica...

    Um abraço.

     
  • At 1:32 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Sim, Caríssimo Carlos Portugal, o genocídio parece demasiado para os nossos hábitos. Mas no âmbito da fraude e do prejuízo profissional, em que somos peritos, os perigos que aponta são claríssimos.
    Para não falar das pequenas vinganças, aliadas à falta de escrúpulos, para que também alerta e que são muito nossas.
    Abração.

     
  • At 5:33 PM, Blogger desculpeqqc said…

    Que mais vos posso dizer... para as argumentações apresentadas têm toda a razão, mas estão-se a esquecer de ilustrar a correcta utilização.

    Estamos completamente encurralados. Ninguém acredita ou confia em quem nos dirige e por conseguinte, não damos um passo em frente por receio de lá estar uma armadilha oculta para nos estrangular.

    Por momentos visualizei todos contra a criação da faca, por se considerar um instrumento perigoso.

    Não podemos culpar os instrumentos, mas sim punir severamente quem os usar de forma ilícita.

     
  • At 2:43 AM, Anonymous Anonymous said…

    Tudo bem, Lfm, compreendo perfeitamente o seu ponto de vista e até poderia concordar com ele se não fosse a desporporção abissal existente entre a gigantesca infraestrutura necessária à implementação de tais medidas e os seus duvidosos benefícios para o cidadão - o que não indicia nada de bom. Isto a acrescentar à má-fé de que o governo tem dado provas.

    Assim, montar uma estrutura dessa envergadura apenas em nome de um hipotético progresso parece-me, na melhor das hipóteses, um desperdício de recursos e, na pior, uma mentira descarada.

    Seria preferível empregar esses recurso na melhoria dos serviços de saúde, por exemplo, ou do ensino, em vez de os continuarem a abater.

    Assim, uma correcta utilização de um cartão único computorizado seria incoerente e inútil no actual estado de coisas. Lembro-o de que há países civilizados que ainda tomam a introdução de um simples BI como uma ameaça às liberdades dos seus cidadãos.

     
  • At 9:52 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro LFM:
    há um problema que não permite o confronto - a faca nunca foi tornada obrigatória e o tal cartão vai ser.
    O Carlos Portugal explanou todos os receios,infelizmente, plausíveis, mas claro que tudo isto pode nascer da minha (e Dele, um pouco) apreensão quanto à tendência para o abismo do Mal que ensombra o Homem. E que se reafirma a cada momento.
    Abraços a Ambos.

     
  • At 11:09 PM, Blogger desculpeqqc said…

    Li e processei!
    Não posso deixar de respeitar, compreender e até subscrever as vossas ideias.
    Apenas uma quero desde já contrapor:
    Neste momento, em vez de apenas uma, temos várias gigantescas infra-estruturas, que contribuem para a inércia dos sistemas e mais um ‘sem número’ de interligações inoperativas que frequentemente colocam a conduta do cidadão em causa, obrigando este a constituir prova da sua inocência.

     
  • At 3:35 AM, Anonymous Anonymous said…

    LFM:

    Plenamente de acordo. Mas o sistema proposto não iria anular ou desmembrar qualquer dessas infra-estruturas, mas apenas interligá-las.

    Abraço.

     

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