Ler e Meditar -1
«Hércules», por Hideo Szuzuki.
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«Eu não gosto do trabalho... mas gosto do que há no trabalho - a oportunidade de te encontrares a ti próprio. A tua própria realidade - para ti, não para os outros - que nenhum outro homem pode alguma vez conhecer»
Joseph Conrad
Leio e transporto-me a tudo o que Jünger escreveu contra a mitificação contemporânea da figura do Trabalhador. E sobrevém-me a comparação no que há de diferente em cada uma das visões, desde a que condena a definição do domínio humano pelo que de extra-pessoal o limita, e é opressivo para a excepcionalidade, à que encontra numa actividade que pode a ele estar subjacente a descoberta do substrato propiciador do reconhecimento individualizante. E remeto-me à grande diferença: o pensar-se pelo que gera, descobrindo e afirmando, versus o ser pensado numa categoria, que mais não faz do que dissolver e aniquilar a parcela de soberano existente em cada Homem. Com H.
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«Eu não gosto do trabalho... mas gosto do que há no trabalho - a oportunidade de te encontrares a ti próprio. A tua própria realidade - para ti, não para os outros - que nenhum outro homem pode alguma vez conhecer»
Joseph Conrad
Leio e transporto-me a tudo o que Jünger escreveu contra a mitificação contemporânea da figura do Trabalhador. E sobrevém-me a comparação no que há de diferente em cada uma das visões, desde a que condena a definição do domínio humano pelo que de extra-pessoal o limita, e é opressivo para a excepcionalidade, à que encontra numa actividade que pode a ele estar subjacente a descoberta do substrato propiciador do reconhecimento individualizante. E remeto-me à grande diferença: o pensar-se pelo que gera, descobrindo e afirmando, versus o ser pensado numa categoria, que mais não faz do que dissolver e aniquilar a parcela de soberano existente em cada Homem. Com H.
3 Comments:
At 3:29 PM, Flávio Santos said…
É uma análise um tanto individualista posto que o trabalho de cada um pode e deve contribuir para a comunidade na medidas das capacidades individuais, o que não foi referido.
At 4:51 PM, L. Rodrigues said…
Na verdade somos todos Trabalhadores. Tirando os parasitas, que são aqueles cujo trabalho se limita à exploração do trabalho dos outros.
(Juro que nunca fui filiado no PC, ou sequer simpatizante, mas ultimamente estas coisas saem-me...)
At 6:59 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro FSantos:
Eu diria, da visão jungeriana, "individual", em vez de «individualista», por a tónica da afirmação humana se centrar na insubmissão ao padrão, que não na competição, a qual igualmente depende dos outros, variando apenas no fim. E a citação de Conrad abstrai do produto da acção laboral - e laboriosa - para exaltar "l´apport" incomparável revelando-se pelo esforço. Nesse sentido, não me parecem inconciliáveis a solicitação social e a questionação singular.
Meu Caro L.Rodrigue:
Ninguém pensou tal. E que fosse, neste antro anti-democrata, como falece a caução do rótulo político, não estamos isentos de apreciar todos os contributos para o debate. Neste caso específico não creio que a matéria relevante fosse tanto a facticidade, apontando para a ocupação da vida, mas antes a subsunção a um ideário mítico que, na sua extremada caracterização colectiva, chega a prescindir do nome e das feições. É contra o rolo compressor que arrasa todo o carácter, inexistente até nas Sociedades orgânicas em que os estados sociais definiam, que a reacção é suscitada.
Abraços aos Dois, grato por depoimentos tão interessantes.
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