Ah, o Progresso!

Cientistas da universidade do Texas estabeleceram uma conexão genética para o autismo, apagando um gene da constituição de um rato, o que provocou indiferença, associabilidade e incapacidade de distinção e comunicação na vítima. Nem irei pronunciar-me sobre o estafado conflito de interesses e prioridades sempre presentes na tensão entre o uso de cobaias e os proveitos para a saúde humana que daí possam advir. Mas não consigo evitar uma melancólica reflexão sobre o que tão decisivo conhecimento poderá vir a fazer à espécie. A hipóteses de cura por composição artificial a implementar um dia, contra a possibilidade de amputar um homem da sua sociabilidade. Não que eventuais mutilados venham a perder grande coisa. Mas o drama estará sempre na decisão alheia sobre a continuidade mental.