Duas Recapitulações
Trinta anos depois de ter publicado a sua celebérrima «DÉFENSE DE L´OCCIDENT», Henri Massis, que no livro tinha alertado para o perigo que a mentalidade e a própria civilização ocidentais viviam, em face de duas atitudes mentais vindas do Leste, o bolchevismo soviético e os irracionalismos que conduzem à abulia, escrevia um artigo em «LES LIBERTÉS FRANÇAISES» Nº2 Août- Septembre 1955, em que lembrava o optimismo dos que, antes da Guerra, tinham contestado a existência de qualquer perigo e a nova situação, de uma Europa entalada entre o materialismo comunista e o materialismo dos negócios norte-americano. E insurgia-se contra aqueles que davam como solução o modelo federalista, o qual estaria condenado às tensões permanentes, ou à descaracterização que enfraquecem e que fariam o jogo dos outros.
Pensando o Mundo de hoje, como podemos contestar a actualidade da análise? Sem Comunismo que se veja, estamos hoje na mesma, ensanduichados entre o triunfante consumismo da produção americana, com a ascensão da sua moral específica, e um novo perigo, provindo do Oriente, mas do Próximo, no estrito sentido geográfico do termo. E onde se esbanja a especificidade das soberanias nacionais, dando-as de mão beijada a uma disforme e arrogante eurocracia de Bruxelas. É, de novo, o caminho federalista, a que Massis opunha o das alianças das Nações. Perante isto, a Integração Europeia, que foi uma ideia magnífica enquanto mecanismo de fortalecimento económico que acrescentasse vigor às vontades coligadas das várias partes da Europa, dá lugar à União Política que condenará um bloco sem força comparativa com os EUA a lacaios deles ou Quinta Coluna da invasão neocorânica. Triste alternativa de um Universo ligado como nunca esteve antes, afastado como nunca se viu. Que esqueceu o grande ensinamento de Maurras: «A facilidade das comunicações materiais, que devia realizar a união das almas, conseguiu bem uniformizar o mundo; ela não o uniu».
4 Comments:
At 3:54 PM, Rodrigo N.P. said…
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At 4:21 PM, Rodrigo N.P. said…
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At 4:27 PM, Rodrigo N.P. said…
Essas alianças das nações que ele defende não são o que existiu anteriormente sem grandes resultados?
At 10:25 AM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Rodrigo. Claro, tem inteira razão, se continuassem a ser feitas pelas Nações Europeias, umas contra as outras. O que Massis ambiciona é que, a partir daí, viessem a ser celebradas umas COM as outras, contra inimigos ou adversários comuns.
Abraço.
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