Com as Pretas, Claro!
.
Lembrava o FSantos, aqui há tempos, num comentário cinéfilo, a figura, estranha e tendendo para o andrógino, que era a Morte em «O SÉTIMO SELO», de Bergman. Quis, na altura, dar-Lhe resposta com a publicação desta gravura do Século XV, dedicada ao tema, espalhado na intelectualidade da época, da "Morte Jogadora de Xadrez". À primeira vista, adaptando outra frase célebre, de «O ANO PASSADO EM MARIENBAD», poder-se-ia pensar que trataria de um jogo que ela não poderia perder, ou que, pelo menos, nunca perderia. Mas dado que o Adversário parece ser um Rei, talvez estejamos diante do segredo para derrotá-la: a boa governação que, ficando registada nos Anais, gera a imortalidade. Há sempre tempo para retornar.
9 Comments:
At 10:53 AM, Flávio Santos said…
Quem me dera ser tão optimista. Quem vai morrendo é o nosso País.
Um abraço.
P.S.: vê sff o mail e confirma.
At 11:24 AM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro FSantos:
Os tempos vão duros, mas há que tentar contrariá-los.
Já lá fui e respondi, creio. Mas vou já lá, ver se temos novidade.
Abraço.
At 12:11 PM, Anonymous said…
Muito provavelmente é esse o segredo, o enigma, a mensagem implicita que está inscrita nessa gravura porque senão porque é que os jogadores são exactamente a Morte e um Rei? É altamente provável que o significado seja o de que uma chefia de Estado Real forte, equilibrada e bem preparada luta de igual para igual no tabuleiro de xadrez (e quantas vezes o xadrez ou o tabuleiro e as peças de xadrez não são usados como metáfora quando se abordam questões político-militares), movendo as peças com mestria, contra as forças e as conjunturas adversas que podem levar ao declinio, destruição do país ou mesmo ao fim de um Estado.
At 12:14 PM, Paulo Cunha Porto said…
Foi exactamente o raciocínio que empreendi, Caríssimo PAlo Selão. Esperemos que, com o tempo, muita gente retire a mesma ilação.
Forte abraço.
At 3:32 PM, Anonymous said…
Não sou particular admirador de Bergman (ainda estou traumatizado pelo 'Lágrimas e suspiros'), mas gostei muito de "O sétimo selo".
Também gostei muito de "O ano passado a Marienbad", que vi no ciclo "Labirinto", da Gulbenkian. E saúdo a boa tradução do Paulo. "O último ano em Marienbad" foi a tradução oficial, que corrompe todo o significado do filme.
At 3:34 PM, L. Rodrigues said…
Posso estar a ver mal o quadro, mas parece-me que a Morte está a ganhar e o público, o juiz último que providencia a glória ou o esquecimento, manifesta alguma inquietação...
At 5:24 PM, Paulo Cunha Porto said…
Não gostas do Bergman, Caro Luís Graça? Nem dos «MORANGOS SILVESTRES»? Nem da «MÓNICA E O DESEJO»? Olha que deste deverias gostar, por coisas que eu cá sei...
Quanto à forma como saiu, «Passado» creio, realmente, que transmite a ideia de subjectividade, eminentemente conectável com a incerteza que se desprende da obra.
Meu Caro L.Rodrigues:Podem estar todos a querer transformar a caveirística xadrezista numa optimista, para melhor a enganar. Talvez tivéssemos uma ideia mais nítida se, ampliando, nos víssemos perante uma representação de partida de Xadrez verdadeira. O que seria quase trama paralela à de uma obra de Perez-Reverte, em que a identidade do assassino está ligada a uma imagem de partida do mesmo jogo.
Abraços aos Dois.
At 2:49 AM, Anonymous said…
Caro Paulo:
A propósito de "Mónica e o desejo", nem há 24 horas vi uma excelente foto numa bela edição da Taschen: "Cinema Erótico", de Douglas Keesey/Paul Duncan.
Comprei ontem. Só folheei, mas dá para ver que é imperdível para cinéfilos como nós. Por três módicos contitos...
At 11:24 AM, Paulo Cunha Porto said…
Cinemónico Luís:
A "Mónica" uma apelativíssima Harriet Anderson que não justificava o nome, porque, na altura estava com o Realizador, vale muito mais. Boa compra!
Abraço.
Post a Comment
<< Home