Queixa

Não consigo colocar imagens. Não tardo a entrar em parafuso.

Feita esta pequena experiência, para ver se os textos também eram recusados, tranquizo-me um pouco. Em último caso, voltamos à Idade da Pedra de «O Misantropo Enjaulado», esses tempos em que a ignorância de como postá-las me fazia abdicar das imagens. Sucede isto logo num dia em que iria publicar um poema sobre o valor e o perigo das palavras! Devem ser estas a vingar-se e a imporem, por meio da falha técnica, o exclusivo predomínio do verbo, que as religiões semitas tentam fomentar pela religiosidade.

Nem de propósito, abro o «DN» e dou com uma investigação promovida pelo estudioso português Pedro Branco sobre a usabilidade dos computadores, a interacção homem-máquina. Aaaaargh. Eu, de máquinas, pouco cuido em interagir com elas. Já me custa bastante com os Humanos. Tento esquecer que o PC é também uma geringonça, já que, apesar de tudo, é uma forma de inteligência; e que as suas iniciais são as dos primeiros dois nomes com que assino. Mas, quando falha, não consigo evitar ficar fulo. Das insuficiências humanas, éticas ou outras, vou conseguindo estar à espera, o meu pessimismo até se vê certificado quando as constata. Referindo-se a avarias dos aparelhómetros, a situação muda de figura. Fico fulo. Trata-se, no fim de contas, do duplo padrão de julgamento, mais condescendente para consigo do que para com o Outro. Com os humanos, de que julgo ainda fazer parte, não me irrito por aí além. Com o computador insulto-o até mais não, o que me faz perceber a razão pela qual ele prescindiu das orelhas. Mas vejo que não estou sozinho. No mesmo estudo, 70% dos Britânicos, eses modelos de urbanidade, admitem gritar insultar, ou ser violentos, com os seus. E a futura elite da Potência dominante do Planeta, os estudantes norte-americanos diz que arranca teclas, cabos e parte ecrãs. A pobreza não me permite seguir estes bons exemplos, porém, se a China cumprir a promessa de colocar no mercado o hardware informático ao preço da chuva, é bem possível que me liberte.