O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Thursday, March 02, 2006

O Guarda-Chuva Búlgaro

Estão cansados de saber os amantes das histórias de espionagem que coisa era este instrumento: por detrás do inofensivo utensílio, ocultava-se a lâmina, a agulha, ou a arma, o que permitia matar, discretamente. O Caríssimo FG Santos dá, no Santos da Casa, uma panorâmica da notícia que hoje ribombou, acerca da responsabilidade directa da inteligência militar soviética no atentado ao falecido Papa João Paulo II, estabelecida por parlamentares italianos que investigaram o caso. Sempre em cima da jogada, o Nosso Amigo aproveita para lembrar o papel percursor que, com a força de um Polaco em Roma, a Igreja daquela grande nação teve, no enquadramento do Solidariedade, que foi o princípio do fim do comunismo. O que eu quero, portanto, sublinhar é que não tinham pés nem cabeça as teorias que limitavam aos serviços secretos búlgaros o papel de mandantes do acto. Os estados-satélite não funcionavam assim. Quem poderia, sinceramente, acreditar que, em matéria tão importante, Sófia tivesse autonomia para decidir a eliminação do Sucessor de São Pedro? A ordem tinha de vir de quem mandava no Pacto de Varsóvia, e da instância cimeira, como, agora, de Brezhneviana iniciativa se acredita ter sido. O papel do País do Rei Simeão ter-se-á restringido ao de camuflagem. Ao de guarda-chuva, portanto, que não só disfarça o instrumento da morte, como protege da chuva que consiste na atribuição de culpas.

4 Comments:

  • At 10:31 PM, Blogger Je maintiendrai said…

    Pena é que nunca se tenha escabulhado bem o dossier Mitrokine sobre aquela rapaziada que por aqui fazia uns servicitos para o mesmo patrão... Altamente patriótico, diria um pivot televisivo. A Pátria é que não era a mesma...

     
  • At 9:01 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    «A minha (deles)Pátria é a Internacional» dava para explicar tudo. Não fora a hegemonização por Moscovo, o que dá todo o relevo ao que diz.
    Abraço

     
  • At 10:54 AM, Blogger Flávio Santos said…

    É verdade, Cunhal, na prática, não passava de um agente do KGB e como tal devia ter passado o resto da vida na cadeia. Mas para "Abril" a traição à Pátria é conceito inexistente.
    Esse dossier também mostra como o grotesco movimento ZLAN (câmaras municipais comunistas que declaravam a sua coutada - perdão pelo uso deste termo tão burguês! - livre de armas nucleares). Da NATO, claro, que se pudessem ter do Pacto de Varsóvia...

     
  • At 11:13 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Hihihihihi!
    Aliás, entre as numerosas condecorações do falecido "leader" comunista português contava-se o título de «Herói da União Soviética». Nota, não do "Movimento Comunista Internacional"...

     

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