O Espírito da Forma
Com a naturalidade britânica, sempre contraposta à altissonante falta de jeito francesa, a última instância de recurso do Reino Unido decidiu que uma escola que tinha vedado a uma estudante islâmica velar-se quase totalmente estava no seu pleno direito ao fazê-lo, pelo que a decisão era de manter. Toda a confusão em torno da proibição francesa dos símbolos religiosos, entre os quais as roupagens impostas à feminilidade muçulmana, foram anteriores à criação de «o misantropo enjaulado», pelo que aqui devo deixar, sucintamente, duas notas que resumam o meu pensamento sobre o assunto:
- Ninguém tem o direito de se sentir insultado ou magoado por conviver com os símbolos religiosos de outrem, pelo que não faz sentido proibi-los, nessa qualidade.
- Qualquer escola tem o direito e grande vantagem em impor o uso de um uniforme pelos alunos. Para além de favorecer a disciplina, permite diversificar os signos de lealdades, evitando que os sentimentos de pertença sejam dirigidos exclusivamente a entricheiradas comunidades minoritárias, mas antes estendidos a outras colectividades frequentadas, em função de critérios que não se limitam aos de proveniência étnico-religiosa. E acentua a consequência de um acto de inscrição. Se não querem acatar, não se inscrevam! O Mundo Britânico é, realmente, outra coisa.
2 Comments:
At 2:24 PM, Paulo Cunha Porto said…
This comment has been removed by a blog administrator.
At 5:09 PM, Paulo Cunha Porto said…
Concordo, Caro Espadachim que a permissão do uso do rosto tapado, parcial ou totalmente, pode ter implicações de segurança. Quanto ao resto, salvaguardando a possibilidade de cada um cultuar Deus segundo a sua religião, penso que, nos sinais exteriores, se deve desencorajar ao máximo o esquecimento da muito necessária máxima «em Roma sê romano».
Abraço.
Post a Comment
<< Home