Leitura Matinal -290
Será apenas ao observador solitário que será dado escutar a tão
ambicionada celestial música do Amor? Talvez, se tivermos presente que esse é, na maioria das vezes, um passageiro estado, o de aspirante à revelação que o silêncio da noite melhor permite captar. Silêncio subvertido, depressa passa
a reinventar-se, passando decondição de elemento essencial à propagação esperada a voz respondente dessa melodia. Porque, momento onde o vazio começa a ser preenchido pela dialéctica da paixão e do temor, que tentamos fixar e, de ouvido, entoar, abrimos toda a força que pode ter o desejo ao descerramento das cortinas da penumbra, com toda a ocupante presença que a luminosidade implica.
Já que não há melhor imagem do que a que confere as alturas aos deliciosos estados amorosos de um ser humano, com a submissão da terra inteira a tão reiterada construção nos poetas e artistas, com geral eco nos restantes homens. O que faz com que a chegada da Aurora extinga a condição desse especial, embora generalizado melómano. É a substituição do intimismo do escutado pela riqueza universal do que os olhos abarcam. Que comporta satisfações, embora, não nos enganemos, outros perigos. Como o da diminição das sensibilidades que a imperturbabilidade pelo som dá. Mas tentemos antes fixar o momento da Esperança.
De James Joyce:
At that hour when all things have repose,
O lonely watcher of the skies,
Do you hear the night wind and the sighs
Of harps playing unto Love to unclose
The pale gates of sunrise?
When all things repose do you alone
Awake to hear the sweet harps play
To Love before him on his way,
And the night wind answering in antiophon
Till night is overgone?
Play on, invisible harps, unto Love,
Whose way in heaven is aglow
At that hour when soft lights come and go,
Soft sweet music in the air above
And in the earth below.
Para que os olhos sigam, «Watcher», de Ann
McDade, «A Origem da Harpa», de Daniel
Maclise e «Vento da Noite», de Karen Kucharsk.
ambicionada celestial música do Amor? Talvez, se tivermos presente que esse é, na maioria das vezes, um passageiro estado, o de aspirante à revelação que o silêncio da noite melhor permite captar. Silêncio subvertido, depressa passa
a reinventar-se, passando decondição de elemento essencial à propagação esperada a voz respondente dessa melodia. Porque, momento onde o vazio começa a ser preenchido pela dialéctica da paixão e do temor, que tentamos fixar e, de ouvido, entoar, abrimos toda a força que pode ter o desejo ao descerramento das cortinas da penumbra, com toda a ocupante presença que a luminosidade implica.
Já que não há melhor imagem do que a que confere as alturas aos deliciosos estados amorosos de um ser humano, com a submissão da terra inteira a tão reiterada construção nos poetas e artistas, com geral eco nos restantes homens. O que faz com que a chegada da Aurora extinga a condição desse especial, embora generalizado melómano. É a substituição do intimismo do escutado pela riqueza universal do que os olhos abarcam. Que comporta satisfações, embora, não nos enganemos, outros perigos. Como o da diminição das sensibilidades que a imperturbabilidade pelo som dá. Mas tentemos antes fixar o momento da Esperança.
De James Joyce:
At that hour when all things have repose,
O lonely watcher of the skies,
Do you hear the night wind and the sighs
Of harps playing unto Love to unclose
The pale gates of sunrise?
When all things repose do you alone
Awake to hear the sweet harps play
To Love before him on his way,
And the night wind answering in antiophon
Till night is overgone?
Play on, invisible harps, unto Love,
Whose way in heaven is aglow
At that hour when soft lights come and go,
Soft sweet music in the air above
And in the earth below.
Para que os olhos sigam, «Watcher», de Ann
McDade, «A Origem da Harpa», de Daniel
Maclise e «Vento da Noite», de Karen Kucharsk.
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