A Quebra Humana
O triste mundo partidário tem destas ironias. Tidos - e bem - como coarctando a liberdade individual, acabam, por vezes, por ser um inesperado espaço de ultrapassagem das linhas oficiais, pelas pessoas, tal é a vontade destas de mostrar-se alinhadas com as chefias das tendências, acabando por causar embaraços, ao revelarem-se mais papistas do que o papa. Veja-se o caso do Partido Socialista: Era de todo o interesse do Eng.º Sócrates dar a "imagem de tolerância", patente na convivência entre maioritários internos e eleitorais, dentro da organização do Largo do Rato. Os seus pressurosos deputados, todavia, desejosos de mostrar serviço e fidelidade ao chefe, desataram a ostentar frieza na recepção a Manuel Alegre, obrigando, perante a constatação do facto pelo Interessado, a que a voz do dono, o Dr. Canas, viesse tentar vender a ideia de que o quase-finalista das Presidenciais «anda à procura do seu reposicionamento no PS».
Por outro lado, Manuel Alegre bem tenta convencer os seus apoiantes a que não transponham a relativa solidariedade compacta do Movimento Intervenção e Cidadania para as lutas internas da área rosa, porque o que lhe interessa é, mais tarde, o partido todo. Os adeptos, porém, não estão pelos ajustes, seja por exergarem a pouca distância, ou pelo formigueiro do intervencionismo e do desforço. Vai daí, toca a disputar lideranças das concelhias, tanto em Lisboa, como em Cascais. Não há dúvida, o voluntarismo faccioso dos partidários dá cabo de qualquer estratégia ou sentido mais altos. Mas os dirigentes não se podem queixar: colhem do que semearam.
1 Comments:
At 8:09 PM, Paulo Cunha Porto said…
Olha, não timha lido essa, mas subscrevo a conclusão; apesar de o "post" versar as fragmentações de baixo para cima e esta nova referir perspectivas de apartar as pessoas, a partir das direcções partidárias, neste sistema não há escapatória possível. Está condenado às traições e respectivas medidas disciplinares, equivalentes no ridículo.
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