A Maior Ironia
O facto de, como represália, um jornal iraniano ter aberto um concurso de cartoons negacionistas do Holocausto «para testar a liberdade de expressão tão apregoada no Ocidente» encerra a ironia evidente de afirmar o que, infelizmente é bem verdade: que a dita liberdade só existe às vezes, conforme os interesses estabelecidos. E quem escreve as frases anteriores acredita piamente que o genocidio hebraico teve lugar, pelo que, inequivocamente, o condena. Acha é que não é com censura e repressão que se ganha a batalha da História, é produzindo trabalhos mais rigorosos nesse domínio do saber.
Mas, voltando ao nosso caso, a suprema ironia não é essa, apesar de, insofismavelmente, ter o seu lugar. A maior de todas consiste em um informado e informante orgão do Mundo Islâmico entender que o que para os ocidentais ocupa lugar equivalente a Maomé seja... uma imposta versão do extermínio. Diz muito do grau de em que nos vêem pegados à hagiografia de Israel.
13 Comments:
At 9:58 PM, Anonymous said…
É uma ratoeira: apesar da sua
inteligente demonstração de que quem se armadilha é o caçador, a
imprensa ocidental não deixará de lá cair.
Isso não invalida que o poder da usura nos não possa subverter aos pontos de vista do onzeneiro. Cumpts.
At 10:20 PM, Pedro Botelho said…
[...] entender que o que para os ocidentais ocupa lugar equivalente a Maomé seja... uma imposta versão do extermínio.
Se tem outra sugestão à mão, as massas aguardam, cheias de curiosidade. Qual é a coisa, qual é ela, de que não se pode duvidar?
Ponha aqui as outras duas das três primeiras (*) que lhe vierem à cabeça:
1) Holocausto dos judeus
2) ...
3) ...
Vou esperar sentado...
Diz muito do grau de em que nos vêem pegados à hagiografia de Israel.
Realmente a miopia é tremenda...
__________
(*) Não esqueça a "malignidade da pedofilia em geral" para o segundo lugar. O terceiro é que já é um problema, não é verdade?...
At 10:22 PM, SRA said…
e diz muito do grau de "compreensão" da imprensa muçulmana acerca deste caso, tanto que vão desenhar o holocausto não por o considerarem o Maomé ocidental mas por reconhecerem a origem de toda esta controversia.
At 10:29 PM, Pedro Botelho said…
Para SA:
Ora nem mais. Só não percebo as suas aspas, que não concordam com o final da frase...
Uma coisa que demorou a perceberem -- mas parece que alguns já vão percebendo melhor -- é que o "Holocausto" é o escudo e a espada de Israel. A fórmula -- correctíssima -- é do Faurisson, mas só os ceguinhos é que não vêem a sua justeza...
At 10:42 PM, Pedro Botelho said…
Perguntinha ao Misantropo:
Qual é a filosofia que preside à separação dos seus dois blogues?
Pergunto porque, ao ritmo a que o meu amigo digita, não vou ser capaz de seguir ambos de perto. De modo que tenho interesse em saber qual me interessará mais.
Como é que diabo consegue? Tem algum exército de gnomos como o Pai Natal?...
At 12:00 AM, Paulo Cunha Porto said…
Caríssimos:
Tenho grande receio de que a nossa imprensa vá na fita, como alerta o Bic L.
Meu Caro Pedro Botelho: apesar das proibições e indisposições com o tema conectados, não vejo uma questão de consciência em face de um crime ter a mesma importância comparativa que o Enviado de Allah. Apesar de, por cá, se não acreditar já em grande coisa, é certo...
O «misantropo...» continuará à imagem anterior. Na «Imitação...» procurarei colocar menos textos, mais intemporais e menos polémicos, que não me sinta confortável em encaixar aqui...
Caro SA: Não posso concordar, dada a origem dupla dos fundamentalismos, de que em "posts" anteriores fui expondo a minha visão. Mas claro que para muçulmanos extremistas não-árabes, como os governantes iranianos de hoje, juntar Israel ao pacote anti-ocidental é o ingrediente de sonho que, até por razões demográficas, os deixaria a liderar também o mundo árabe.
Caríssimo Kamikaze: obrigado pela concordância. Já se pode ir ao teu blogue, ou era piada? Depois do que me aconteceu no Sábado, mal vi o aviso de contaminação, fugi a sete pés...
Abraços a Todos.
At 12:15 AM, camisanegra said…
O Misantropo "acredita piamente"...?!!!
Olhe, eu quando andei por Torres Novas até encontrei gente que acreditava na Santinha da Ladeira.
A credulidade dos homens não tem limites.
At 3:22 AM, Anonymous said…
Caro Porto, é melhor começar a ficar ateu da «mentira do século XX» - que passou para o XXI...
At 7:22 AM, Paulo Cunha Porto said…
Oh Caro Camisa Negra:
Mesmo com esse argumento, é óptimo tê-lo por cá. Como já disse num "post" contra o encarceramento de um historiador "revisionista", acredito. Não investiguei, por mim essa questão. A historiografia acha-se dividida. Vou pelo conhecimento da psicologia - não psicanálise, entenda-se - que julgo ter: um poder com o grau de hostilidade anti-judaico como o hitleriano, tendo os meios e o motivo, ou seja, as necessidades da fase final da guerra, só se poderia deter em acção dessas se fosse informado por uma religiosidade cristã intransigente. Que foi coisa raríssima na História e sabe-se quão inexistente no III Reich.
A minha falta de fé no homem é total, Caro Amigo. E não faço excepções para o homem de camisa castanha...
Para o Mesmo e para o Eurico:
Claro que em se tratando de artigos de Fé, tenho de respeitar também os Vossos, Queridos Amigos...
At 10:52 PM, Anonymous said…
Não é fé, é a verdade - baseada em factos.
At 7:13 AM, Paulo Cunha Porto said…
Não indisputados, Caro Eurico. E quando assim não é...
At 3:07 PM, vs said…
Não adianta Paulo....não adianta.
Daqui a pouco vao dizer que a Kristal Nacht não existiu, que não se quiemaram livros e que os estabelecimentos e património dos judeus não foram boicotados, diversas vezes destruídos e dfanificados e expropriados.
Aliás, qualquer dia, vai-se dizer que o Nacional-Socialismo nunca exitiu.
Foi uma montagem, uma alucinação colectiva.
Este Botelho então....God Help Us!
Tem cá um fetishe!
...nem sei quem eu é o pior, se ele se a serigaita da Melusina :)
At 9:38 PM, Paulo Cunha Porto said…
Calma Nelson, há espaço para toda a troca de impressões, sem pessoalizar.
Abraço.
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