Achados e Ambições
Meio mundo fala, como se grande conquista arqueológica se tratasse, de duas cabeças da Deusa Egípcia Sekhmet, divindade da fase e face destruidoras do ciclo solar, associada ao que perece, mas também ao que renova; e quase ninguém refere que se trata de uma entidade mitológica cujas reproduções têm proporcionado frequentes descobertas. Como ninguém fala do verdadeiro achado, que foi a cabeça de uma Rainha núbia, muito mais rara. Estou convicto de que se trata de uma discriminação, ou pela deidade ser manifestamente sportinguista, dado que a sua cabeça é a de um leão, ou de um episódio de racismo, considerando os caracteres étnicos da Soberana. Hesitava eu entre a clubite e a incorrecção política como fonte desta estranha atitude, quando me deixei levar pelos pensamentos - que, como as palavras, se assemelham às cerejas. E meditei, melancolicamente, em como teria sido bom que houvesse antes sido encontrada uma estatueta de Seshat, a Deusa encarregada, entre outros, do pelouro da Leitura. Envidai-Lhe um pensamento, que Esta é a Insigne Protectora.
2 Comments:
At 4:56 AM, Anonymous said…
Eu e mais três colegas do Liceu Camões visitámos o túmulo da Nofertari, em 1979...na Gulbenkian.
Como aquilo se via rápido, andávamos para trás e para a frente, a pregar sustos silenciosos aos outros visitantes. Um segurança foi buscar-nos e expulsou-nos civilizadamente do convívio com a Noffry.
At 8:09 AM, Paulo Cunha Porto said…
Nada como um "Egiptólogo", para homenagear a Seshat.
Abraço.
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